Vélez participa nesta sexta do Fórum Empresarial Lide, em Campos do Jordão, em São Paulo. Ele afirmou que não conversou com Bolsonaro. Perguntado sobre se sairia do ministério, Vélez disse que “agora não”.
— Não tenho notícia disso. Eu vim participar do fórum e não vou pedir demissão — disse.
Mais cedo, Bolsonaro afirmou que o trabalho de Vélez na Educação “não está dando certo”. Disse, ainda, que “está faltando gestão” na pasta. Em café da manhã com jornalistas nesta sexta no Palácio do Planalto, o presidente afirmou:
— Segunda-feira vai ser o dia do ‘fico ou não fico’. Na segunda tira a aliança da mão direita e ou vai para a esquerda ou vai para a gaveta.
O ministro é um dos mais polêmicos do atual governo e comanda um ministério que passa por uma troca constante de cargos. A pasta já teve mais de dez baixas desde o início do novo governo.
VÉLEZ RODRÍGUEZ COLECIONA POLÊMICAS EM TRÊS MESES NO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
‘Dia do fico ou não fico’
Bolsonaro afirmou que anuncia até a próxima segunda-feira se Vélez Rodríguez segue responsável pela Educação. Ele disse que será “o dia do fico ou não fico” e admitiu que Vélez “não está dando certo”. Da onda de demissões à determinação para que diretores filmassem alunos, os três meses de gestão foram repletos de polêmicas. Relembre.
Hino nacional na escolas
Vélez pediu que diretores de escolas lessem para alunos uma carta que terminava com o slogan da campanha de Bolsonaro nas eleições. O texto orientava os diretores a filmarem alunos durante a execução do hino nacional e da leitura da carta e a enviarem para o MEC os vídeos. Após uma onda de críticas, o ministro admitiu o ‘equívoco’.
‘Brasileiro viajando é canibal’
Em fevereiro, Vélez disse à revista Veja que “O brasileiro viajando é um canibal”. O ministro foi notificado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que esclarecesse o teor das declarações. Parlamentares chegaram a cogitar convidá-lo para fazer o mesmo no Congresso. Ele afirmou ainda que os turistas brasileiros roubam hotéis.
Declaração de Olavo de Carvalho
O escritor Olavo de Carvalho disse, em publicação numa rede social, que “Recomendei o ministro Vélez, mas se ele cometer erro ponham-no para fora”. A postagem foi feita após a exoneração de seis servidores do Ministério. Leia mais
Pelo menos 14 pessoas do alto escalão foram demitidas por Vélez em menos de três meses de gestão. E essa crise emperrou programas importantes da pasta, prejudicando o sistema educacional brasileiro. Ganharam destaque o vai e vem no cargo de secretário-executivo e a demissão do responsável pelo Inep. Entenda a crise
‘O ministro é gerencialmente incompetente’
Após ser demitido da presidência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Texeira (Inep) por Vélez, Marcus Vinicius Rodrigues afirmou que o ex-chefe é “gerencialmente incompetente” e “não tem controle emocional” para comandar a educação brasileira. Leia mais
Bombardeado por deputada
A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) fez diversos questionamentos e críticas ao ministro da Educação durante audiência pública na Câmara. A parlamentar disse a Velez que “A sua incapacidade de apresentar uma proposta é um desrespeito” e também pediu que ele “Mude de atitude ou saia do cargo”.
Revisão dos livros didáticos de História
Ao anunciar que os livros didáticos de História iam passar por uma revisão para que as crianças “possam ter a ideia verídica, real, do que foi a sua história”, Vélez classificou o golpe de 1964 como constitucional e disse que a ditadura foi “um regime democrático de força”. Leia mais
Durante sua participação do fórum, Vélez foi questionado sobre a necessidade de se tomar decisões técnicas e racionais.
— Temos que nos concentrar na tomada de decisões em uma perspectiva técnica e científica, e não diretamente ideológica — respondeu.
Nesta semana, em outra polêmica, Vélez afirmou que pretendia revisar livros didáticos sobre o golpe de 1964 e a ditadura militar, que passaria a ser chamada de “regime democrático de força”.