Em audiência nesta quarta-feira na Câmara, o presidente da Chevron no Brasil, George Buck, voltou a pedir desculpa aos brasileiros pelo vazamento de petróleo no Campo de Frade. Para presidente da Comissão de Meio Ambiente, Giovani Cherini, falha humana provocou o acidente.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) determinou nesta quarta-feira a suspensão das atividades de perfuração da Chevron no Campo de Frade, no litoral do Rio de Janeiro, até que sejam identificadas as causas e os responsáveis pelo vazamento de petróleo e restabelecidas as condições de segurança na área. Na prática, a decisão suspende toda atividade de perfuração da Chevron no território nacional. A ANP também rejeitou pedido da empresa para perfurar novo poço no mesmo campo com o objetivo de atingir o pré-sal.
A decisão da ANP foi divulgada na mesma tarde em que a Comissão de Meio Ambiente da Câmara realizava audiência pública com o presidente da Chevron no Brasil, George Buck. Ao iniciar sua apresentação, ele pediu desculpas aos brasileiros. “Entendemos a importância dessa questão e estamos encarando isso com a maior seriedade; mais uma vez, gostaríamos de pedir desculpas ao povo brasileiro”, declarou.
George Buck afirmou que desde o dia 7 de novembro, quando ocorreram as fissuras no fundo do mar que provocaram o vazamento de óleo, o equivalente a 2,4 mil barris de petróleo chegaram à superfície do mar. Segundo ressaltou, o óleo está se deslocando para longe do litoral brasileiro. Ele disse também que, em sobrevoo feito pela empresa na tarde da última terça-feira na região do vazamento, a mancha equivalia a três barris de petróleo. Segundo o presidente da Chevron, o que provocou o início do vazamento foi a perfuração de poço em uma zona em que a pressão era maior que a esperada.
Falha humana
O presidente da Comissão de Meio Ambiente, deputado Giovani Cherini (PDT-RS), disse acreditar que falha humana provocou o vazamento. Ele citou a explicação do presidente da Chevron segundo a qual a empresa calculou mal a pressão da área que foi perfurada. “Como uma empresa que explora petróleo há tantos anos não vai saber qual é a pressão que estaria naquela altura do mar? Eles têm que estar preparados para isso”, argumentou.
Segundo Cherini, como as investigações sobre o vazamento, realizadas pelo comitê da crise criado pelo governo, ainda estão em curso, muitas explicações precisam ser fornecidas à sociedade e ao Parlamento. O comitê é composto por representantes do Ibama, da ANP, da Marinha e da Chevron.
O presidente do Ibama, Curt Trennepohl, que também participou da audiência, informou que, até o momento, não foi detectada morte de animal, nem dano ao ambiente aquático, “o que não quer dizer que isto não tenha ocorrido”.
Fonte: Agência Câmara