Ex-governador e candidato à Presidência pelo PSDB é investigado num inquérito sobre o repasse de R$ 10 milhões da Odebrecht para campanhas dele em 2010 e 2014.
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O candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, prestou depoimento num inquérito sobre o repasse de R$ 10 milhões da Odebrecht para outras duas campanhas eleitorais dele.
O candidato Geraldo Alckmin, do PSDB, não entrou pela porta da frente do Ministério Público de São Paulo. O ex-governador prestou depoimento durante uma hora e 45 minutos, no inquérito que apura o pagamento, por parte da Odebrecht, de mais de R$ 10 milhões em duas campanhas ao governo de São Paulo.
O Ministério Público abriu o inquérito civil depois que Alckmin deixou o cargo de governador para disputar a eleição presidencial. No depoimento, acompanhado por três advogados, Alckmin respondeu a todas as perguntas dos promotores Ricardo Manuel Castro e Nelson Sampaio.
O nome de Alckmin aparece nas delações premiadas de três executivos da Odebrecht. Benedicto Junior, que comandava o Departamento de Operações Estruturadas, o chamado “departamento da propina”, disse que a empresa repassou dinheiro para as campanhas de 2010 e 2014: “R$10 milhões em caixa dois, pelo Sistema de Operações Estruturadas da Odebrecht”.
O delator Carlos Armando Paschoal disse que, na campanha de 2010, R$ 2 milhões foram entregues a Adhemar Ribeiro, cunhado de Alckmin. A Odebrecht não aparece como doadora oficial da campanha de Alckmin.
A defesa do ex-governador argumenta que nunca houve troca de favores entre a Odebrecht e o ex-governador. “Ele procurou esclarecer todos os pontos e teve a oportunidade de demonstrar que as suspeitas não são procedentes. No dizer do próprio Benedicto Junior, na colaboração feita, ele próprio reconhece que não há nenhuma vinculação entre eventuais doações eleitorais e obras realizadas. O próprio delator diz isso, então essa vinculação não existe”, disse o advogado José Eduardo Alckmin.
Foto: Júlio Zerbatoo/FuturaPress//Estadão Conteúdo
Fonte: Jornal Nacional/G1