Cresce o conceito de “empresa neutra em água”, parecido com o de “neutralização de emissões de carbono”. Neste, as emissões são compensadas de várias maneiras, entre elas a otimização de eficiência energética e o plantio de árvores.
Ou seja, calcula-se a quantidade de gás (carbônico ou equivalente a ele) emitido num processo e são tomadas medidas para compensar tais emissões ao longo de um determinado período.
Por exemplo: Quanto emitem os automóveis utilizados diariamente nos trabalhos de uma certa prefeitura, ao longo de um ano? A neutralização das emissões da frota será efetuada pelo plantio (com a devida conservação) de X árvores, que sequestrarão da atmosfera o gás por ela emitido. No caso da “neutralização” do uso ou consumo de água, o que se busca é a reposição do líquido na Natureza.
Aí, entram em cena, novamente, as árvores, as verdadeiras “fábricas de água”. O plantio – para se garantir a vida de uma nascente, por exemplo -, é tido como compensador pelo uso de água. Cada indivíduo arbóreo normalmente absorve quase 3 mil litros de água e filtra em torno de 30 quilos de poluentes do ar. Processos que levem à reutilização de água também são tidos como eficazes para a chamada neutralização.
Em Niterói (RJ), quando ajudamos a criar e implementar a lei que obriga o reuso de água (para construções novas, com os devidos detalhes), o objetivo é uma economia de 30% de água. Ou seja, a “neutralização” de 1/3 da água consumida. Tanto o termo “neutralização” como “sequestro” são discutíveis, mas a idéia e, principalmente, claro, as ações que levem à diminuição e mitigação dos problemas ambientais são cada vez mais necessárias.
Portanto, bem-vinda a “neutralização pelo uso da água”, com este ou qualquer outro nome.
Fernando Guida
blogdoguida.wordpress.com