Há um ano, líderes de 193 países se reuniram para se comprometer a acabar com a pobreza, combater as mudanças climáticas e lutar contra a injustiça. Eles concordaram com um plano para o futuro do mundo e seus povos. O plano –a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável–oferece um futuro melhor para milhões de pessoas em todo o mundo e para nosso planeta.
Tornar seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, conhecidos como “ODS”, uma realidade antes do ano de 2030 vai ser um dos empreendimentos mais ambiciosos já promovidos pela comunidade internacional. Mas estou confiante que, se as pessoas estiverem no centro de todas as ações, se o compromisso das partes interessadas for mantido, e se o espírito de parceria prevalecer, não haverá como não ser bem-sucedido nos próximos 14 anos. Meu otimismo vem da natureza destes objetivos globais, sustentados por quatro princípios poderosos.
Em primeiro lugar, eles são vinculados e indivisíveis, conectando desenvolvimento, direitos humanos, paz e segurança. Em segundo lugar, são universais –aplicam-se a todas as pessoas, em todos os lugares. Terceiro: devem ser implementados por meio de uma participação inclusiva de toda a sociedade. Em quarto lugar, ao serem implementados, ninguém deve ser deixado para trás.
Os ODS criaram um propósito comum para o bem-estar das futuras gerações e para um planeta que esteja saudável no futuro. É por isso que temos visto uma mudança rápida, forte e mesmo urgente de todos os setores para práticas e políticas mais sustentáveis.
Neste primeiro ano dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, mais de 50 governos –e também diversas empresas, cientistas e organizações da sociedade civil– intensificaram seus esforços para tornar os ODS centrais para suas políticas e ações. Além disso, têm aumentado seu foco e os investimentos em coleta e análise de dados para orientar as decisões e não deixar ninguém para trás.
No nível local, centenas de cidades e municípios estão adotando seus próprios planos para alcançar os objetivos. E milhares de comunidades em diferentes setores da sociedade têm acelerado ações sob a bandeira dos ODS.
Todos esses passos têm construído um impulso para limitar as mudanças climáticas, fazer avançar na igualdade de gênero, mitigar os desastres naturais, abordar a questão da migração em massa e reduzir a desigualdade.
Em julho deste ano, 22 governos apresentaram às Nações Unidas seus planos relativos aos ODS. Eles mostraram como fizeram dos objetivos um quadro central para o desenvolvimento nacional. Ajudam assim a garantir que as ações estejam alinhadas, que os programas funcionem em sinergia e que o financiamento seja usado da forma mais eficiente possível.
O impulso por trás do Acordo de Paris sobre a mudança do clima também está sendo acelerado. Governos de 27 nações já ratificaram o acordo até o momento, incluindo os dois maiores emissores globais de gases de efeito estufa: a China e os EUA.
Outros setores estão construindo este impulso também. Houve uma transformação notável na forma como os negócios são feitos, com maior enfoque nas dimensões social, econômica e ambiental do desenvolvimento. E a ONU está mobilizando seus parceiros, alinhando assim os esforços para que eles possam trabalhar juntos e de forma eficiente.
É claro que enormes avanços foram feitos. Mas muito mais tem de ser feito para implementar esse plano. Os ODS possuem metas específicas para todos, de modo a resolver os desafios enfrentados pelo nosso planeta e pelas pessoas.
Como construir um futuro sustentável
É aí que entre a parte interessada mais importante: as pessoas. O apoio delas e a pressão popular serão essenciais para transformar os ODS de aspirações a uma realidade. O meu objetivo é que 2 bilhões de pessoas em todo o mundo saibam o que são os ODS até o final de 2017, e mais 1 milhão de pessoas se tornem ativistas, agentes de mudança que pressionem os decisores e que os responsabilizem até que tenhamos transformado nosso mundo e o tornado mais sustentável.
Crianças e jovens têm um papel particularmente importante a desempenhar, como a face visível dos movimentos sociais, agentes da mudança social e os portadores de um futuro mais sustentável para as futuras gerações.
O primeiro aniversário da aprovação dos ODS é uma oportunidade para celebrar todas as conquistas alcançadas, fazer mais para que esses objetivos se tornem uma realidade e, sobretudo, agradecer aos governos, empresas, grupos da sociedade civil e os jovens de todo o mundo por todos os seus esforços.
Se todas as partes interessadas continuarem trabalhando para construir um mundo sustentável e resiliente, cumprir os ODS nos próximos 14 anos e transformar a maneira como vivemos é, efetivamente, um objetivo viável.
E vamos encarar: de fato não temos um plano B, pois não há planeta B.
Fonte : UOL