A redução da carga tributária de bicicletas no Brasil, que é uma das mais altas do mundo, é o pedido de um abaixo-assinado, que já tem mais de 2 mil assinaturas. Por enquanto, a proposta é uma ideia legislativa. Para que vire sugestão legislativa e seja discutida no Senado Federal, são necessárias 20 mil assinaturas. O apoio pode ser feito até 30 de setembro de 2020, neste link.
Segundo o idealizador da proposta e defensor da ciclomobildade, André Fraga, a mudança pode fazer com que mais pessoas tenham condições de comprar bicicletas no país.
“Hoje, no Brasil, o valor médio da bicicleta chega a custar 72% a mais por causa dos impostos – mais até que os 37,17% que incidem sobre um carro popular. Isso é muita coisa. Se não fosse essa carga tributária altíssima, não tenho dúvida que muito mais pessoas estariam utilizando a bicicleta como seu principal meio de transporte urbano”, defendeu.
“Os benefícios são inúmeros para a cidade e o cidadão, porque terá menos carros nas ruas e, portanto, menos poluição, congestionamentos e doenças. Em tempos de pandemia, a bicicleta se torna um modal aliado do distanciamento social”, continuou Fraga.
No Brasil, durante a pandemia, cerca de metade das lojas especializadas em bikes tiveram queda no faturamento igual ou superior a 50%. Enquanto isso, em vários países da Europa, a bicicleta tem sido a solução para evitar transportes como metrô e ônibus lotados, em meio à necessidade do distanciamento social.
Na Espanha, por exemplo, o uso de ciclovias quadruplicou durante a hora de pico na cidade. Em Londres, muitas vagas para carro e pistas viraram ciclovias ou calçadas mais largas.
Em Salvador, há cerca de 250 quilômetros de sistema cicloviário atualmente, sendo mais de 170 implantados pela Prefeitura nos últimos anos, incluindo ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas.
“Reduzir o preço final das bicicletas vai propiciar que mais pessoas possam pedalar. Somos muitos. Existem em torno de 120 grupos de pedal de diferentes faixas etárias, nível social e econômico em Salvador, unidos pelo prazer de pedalar. Muita gente também usa a bicicleta para o deslocamento ao trabalho, mas muitas outras para o divertimento, entrosamento e para conhecer melhor nossa cidade”, afirmou Joenamile Pacheco, praticante do ciclismo urbano há 3 anos.
Fonte: Correio 24horas