A sessão da Câmara dos Deputados prevista para a manhã (9h30) do próximo dia 4 de março será transformada em Comissão Geral com a finalidade de debater a crise hídrica e energética no Brasil.
O pedido foi feito pelas bancadas do Partido Verde e do Psol. O requerimento propõe que sejam ouvidos especialistas e autoridades da área e que se avance na busca uma solução. No início do mês, durante café da manhã organizado pela Frente Parlamentar Ambientalista, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, apoiou a iniciativa. Segundo ele, a crise hídrica é um tema prioritário e a Comissão Geral será o ponto de partida para um amplo debate sobre o problema que se agrava a cada dia.
Ao fazer pronunciamento em Plenário, quando pediu o apoio dos colegas para a realização da reunião, o presidente da Frente Ambientalista e líder do PV, o deputado Sarney Filho (MA), lembrou que o Brasil e as ilhas do Pacífico correm o risco de serem os primeiros a sofrer os efeitos do Aquecimento Global do planeta. Além das Mudanças Climáticas, Sarney Filho atribui a atual crise hídrica ao tratamento dispensado os nossos Biomas e à falta de planejamento. Ele citou um estudo do naturalista e professor Paulo Nogueira Neto, publicado em 1977.
“Ele dizia naquela época, 30 e tantos anos atrás: a água de São Paulo está no fim, diz Nogueira Neto. Há mais de 30 anos se sabia, antes do agravamento da mudança climática. Há mais de 30 anos se sabia que muita coisa precisava ser feita para garantir a água para o abastecimento humano e nada foi feito. Agora, estudos recentes, principalmente os do professor Carlos Nobre, nos indicam a influência vital para o regime de chuvas da permanência da floresta amazônica. E o que temos feito aqui neste Parlamento nos últimos anos? Nós temos afrouxado e flexibilizado a Legislação Ambiental. Nós não temos discutido adequadamente as questões vitais para o desenvolvimento do Brasil.”
Vale lembrar que a Comissão Geral para discutir a crise hídrica está marcada para as nove e meia da manhã do dia 4 de março. Entre os convidados sugeridos estão representantes da Agência Nacional de Águas (ANA); da Secretaria de Recursos Hídricos de São Paulo (Sabesp); dos ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia; do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA); do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); da Rede Brasileira de Organismos de Bacia (Rebob); dos Ministérios Públicos Federal e Estadual; do Tribunal de Contas da União (TCU); e de entidades da sociedade civil.
Fonte: Rádio Câmara