Conforme anunciado em redes sociais e na imprensa, o governo Bolsonaro afirmou que promoveria alterações na gestão do Fundo Amazônia para que sua finalidade fosse indenizar a desapropriação de terras invadidas na região amazônica. Diante da incoerência de premiar invasores e desviar recursos de prevenção do desmatamento para premiar invasores de terra, a bancada do Partido Verde na Câmara dos Deputados e a Fundação Verde Herbert Daniel estiveram na manhã desta terça-feira (4/6) com o embaixador da Alemanha no Brasil, Georg Witschel, para alertá-lo sobre a delicada questão de alteração no Fundo.
O Fundo Amazônia tem cerca de R$ 3,4 bilhões e foi criado em 2008 para receber doações para a conservação do Bioma Amazônico. A maior parte das doações vem da Alemanha e da Noruega. Quando o Partido Verde soube da intenção do governo em alterar regras para pagar indenização a proprietários rurais, a necessidade de diálogo com os dois países foi urgente.
O diretor executivo da Fundação Verde, José Carlos Lima, que esteve na audiência, explicou que tanto Alemanha quanto Noruega têm compromisso histórico com a preservação do bioma. “Alertamos o chanceler alemão de que financiar invasores ilegais de terras, além de não combater o problema do desmatamento, teria efeito negativo mundial”, explicou.
Segundo ele, a Alemanha está consciente da proposta. Durante a audiência, o embaixador ainda afirmou que, apesar de não ter sido notificado formalmente pelo governo brasileiro, a governança do Fundo tem sido acompanhada de perto pelos principais países apoiadores.
“Nós do Partido Verde, juntamente com o governo alemão, sabemos que premiar invasores legais desvia a verba da importante missão do Fundo de promover projetos propositivos e sustentáveis para a região amazônica. Os verdes (Global Greens) do mundo inteiro estão atentos”, alertou o diretor da Fundação Verde.
De acordo com os presentes, os governos alemão e norueguês estão esperando as notificações formais e os resultados oficiais de auditoria no Fundo Amazônia para se posicionarem contra a proposta de pagar indenizações a donos de propriedades privadas que viviam em áreas de unidades de conservação.
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