Irmão de fundador da EPTV, ele deixa três filhos. Atuação conservacionista durante a carreira foi reconhecida com prêmios e homenagens.
Por EPTV
Morre aos 96 anos o ambientalista Paulo Nogueira-Neto
O ambientalista Paulo Nogueira-Neto, de 96 anos, morreu em São Paulo (SP) nesta segunda-feira (25). Ele é irmão de José Bonifácio Coutinho Nogueira, fundador da EPTV, afiliada da TV Globo.
O ambientalista é filho do ex-deputado federal Paulo Nogueira Filho e de Regina Coutinho Nogueira. Viúvo, ele teve falência múltipla de órgãos e deixa três filhos – Paulo Nogueira Júnior, Luiz Antonio Nogueira e Eduardo Manoel Nogueira – e seis netos.
O velório será realizado na casa dele, em São Paulo, a partir das 8h desta terça-feira.
Morre ambientalista Paulo Nogueira-Neto aos 96 anos
Trajetória
Secretário especial do Meio Ambiente do governo federal entre 1974 e 1986 – função hoje equivalente à de ministro – ele foi responsável pela criação de estações ecológicas com objetivo de valorizar a preservação da natureza, segundo publicação feita pelo Jornal da USP, em 2014.
Nesta universidade, Nogueira-Neto tornou-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito, em 1945, e depois fez o curso de História Natural, na Faculdade de Filosofia e Letras, o qual ele concluiu em 1959. Além disso, foi professor emérito do Instituto de Biociências, onde também foi um dos fundadores do Departamento de Ecologia Geral.
Paulo Nogueira-Neto morreu aos 96 anos — Foto: Reprodução / EPTV
Ele é integrante da Academia Paulista de Letras desde 1991- veja aqui texto de recepção. Trabalhou em pesquisas sobre o comportamento de abelhas indígenas sem ferrão e publicou livros com estudos na área, e também sobre a criação de animais nativos vertebrados e viagens.
Reconhecimento
Ao longo da carreira, o ambientalista recebeu uma série de homenagens. Entre os destaques está o Prêmio Paul Getty, láurea mundial no Campo de Conservação da Natureza, recebido com Maria Thereza Jorge Pádua, em 1981. Além disso, foi eleito duas vezes vice-presidente do programa “O homem e a biosfera (MAB)”, da Unesco, e exerceu a presidência dele na sessão de 1983.
A atuação conservacionista fez com que fosse distinguido com a Ordem de Rio Branco (do Brasil) e com a Comenda da Arca Dourada, dos Países Baixos. Já no ano de 1997, ele recebeu o Prêmio Duke of Edinburgh, da WWF Internacional.
Nogueira-Neto foi ainda um dos fundadores da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE), vice-presidente da WWF Brasil e atuou no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), no Conselho do Meio Ambiente (Cades) da Prefeitura de São Paulo, no Conselho de Administração da Companhia Ambiental do estado (Cetesb). O ambientalista também foi vice-presidente do International Bee Research Association e membro do Advisory Group do PP-G7.