No Congresso, a preocupação é com o impacto da demissão de Gustavo Bebianno da Secretaria-Geral da Presidência nas negociações da reforma da Previdência.
O líder do Solidariedade na Câmara, Augusto Coutinho, com posição independente, disse que o governo precisa ter calma.
“O governo agora precisa ter tranquilidade, mandar o projeto da reforma da Previdência para a Câmara dos Deputados, para que a gente possa se debruçar sobre essa matéria, colaborar sobre essa matéria e votar”.
Alguns parlamentares tentaram evitar a exoneração de Gustavo Bebianno. Eles diziam que era claro que o agora ex-ministro seria a ponte entre o governo e o Congresso na discussão da reforma, principalmente com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que apoia e deve comandar as negociações para aprovar as mudanças na Previdência. Agora, a expectativa no Congresso é sobre como o governo vai fazer essa articulação.
O deputado Rubens Bueno, do PPS, com posição independente, disse que “só uma demissão não resolve o problema; que é preciso uma mudança de postura; que o governo vem provocando suas próprias crises mesmo antes de as reformas chegarem ao Congresso; que há um clima de expectativa, mas ao mesmo tempo de desconfiança dentro do parlamento; que, como a articulação política ainda e tímida, não se sabe hoje se há condições reais, votos mesmo, para aprovar reformas como a da Previdência”.
O líder do partido do presidente na Câmara, Delegado Waldir, disse que o impacto da saída de Bebianno para a reforma da Previdência é zero.
“É nada, página virada. Esta casa, que é independente do Executivo, onde os fatos aconteceram, vai trabalhar para aprovar a reforma da Previdência”.
Na oposição no Senado, o líder da Rede, Randolfe Rodrigues, disse que Bebianno era o personagem central da articulação política do governo.
“O ministro Bebianno era um dos poucos do núcleo político do governo, um dos poucos que tinha interlocução com o Congresso. A saída dele, sem dúvida alguma, é uma queda forte na articulação política do governo”.
O líder do PSL, Major Olímpio, afirmou que o presidente tem liberdade para escolher quem sai ou fica no governo.
“Isso é lógico, é absoluto, é inequívoco, é da competência intransferível do presidente. Todos nós nos mobilizamos para serenar os ânimos neste momento, e eu particularmente e muita gente pela permanência do ministro Bebianno. Mas, sendo uma escolha do presidente da República, nós apoiamos na integralidade o presidente no momento da sua decisão com a substituição pelo ministro general Floriano”.
Fonte: JN