“Pretendo colocar a gestão da Educação e a elaboração de normas no contexto da preservação de valores caros à sociedade brasileira, que, na sua essência, é conservadora e avessa a experiências que pretendem passar por cima de valores tradicionais ligados à preservação da família e da moral humanista”, afirmou Vélez em texto divulgado nesta sexta-feira (23), um dia após ter sido anunciado pelo presidente eleito.
Vélez nasceu em Bogotá, na Colômbia, em 1943. Naturalizou-se brasileiro em 1997. Ele é formado em filosofia pela Universidade Pontifícia Javeriana e em teologia pelo Seminário Conciliar de Bogotá. Hoje é professor associado da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG). Ele é autor de livros como “A Grande Mentira – Lula e o Patrimonialismo Petista” (Vide Editorial).
No documento, Vélez adotou tom elogioso a Bolsonaro, dizendo que ele foi o único a captar o sentimento do brasileiro após os protestos de 2013. Segundo ele, a polarização na política se deu devido à “instrumentalização ideológica da educação em aras de um socialismo vácuo”.
O texto, escrito em tom de manifesto, defende bandeiras comuns com Bolsonaro, como a Escola Sem Partido. “A preservação de um pano de fundo de respeito à pessoa humana é fundamental. Não à discriminação de qualquer tipo. Não à instrumentalização da educação com finalidade político-partidária. Sim a uma educação que olha para as pessoas, preservando os seus valores e a sua liberdade”, disse.
O anúncio de Vélez foi feito na noite de quinta-feira (22), após crise gerada com a bancada evangélica na véspera. O nome do educador Mozart Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, para o MEC, desagradou os deputados, que o consideram ‘esquerdista’.
Bolsonaro então negou que Mozart tivesse sido escolhido e o encontro com o educador foi desmarcado. Ele agendou para quinta uma série de conversas com cotados para a pasta, entre eles o procurador regional Guilherme Schelb, defensor de projetos
O futuro ministro foi recebido na tarde desta quinta por Bolsonaro, na Granja do Torto. Esta foi a primeira vez que eles se encontraram. O general Augusto Heleno, que chefiará o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), também estava presente.