O candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) chamou de “filho da puta” a promotora promotora Mariana Bernardes Andrade, da 4ª Promotoria Criminal do Fórum da Barra Funda, que pediu para que o pedetista seja investigado por injúria racial contra o vereador Fernando Holiday (DEM).
“Agora um promotor aqui de São Paulo resolveu me processar por injúria racial e pronto. Um filho da puta desses faz isso e pronto”, disse Ciro em sabatina da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), na manhã de hoje (quarta, 18). No momento da fala, o pedetista não sabia que a autora do pedido de investigação era uma mulher.
“Eu tenho minha biografia, a minha honradez e porque viro candidato o camarada resolve me processar por injúria racial. E, se ele me causa um prejuízo político, eleitoral, imagético, quem me indeniza? Quando será essa indenização?”, continuou o presidenciável.
O Ministério Público de São Paulo logo reagiu. Em nota, defendeu que a atuação da promotora “dá-se estritamente dentro dos marcos estabelecidos pela legislação e pela Constituição, que garante a inviolabilidade das prerrogativas dos membros do Ministério Público”.
A promotora pediu ao Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) – vinculado à Polícia Civil – a instauração de inquérito para averiguar se houve crime de injúria racial no episódio em que Ciro se referiu à Holiday como “capitãozinho do mato”. O pedido foi enviado no último dia 12. Até o momento, o inquérito não foi aberto.
“Esse Fernando Holiday é um capitãozinho do mato. Porque a pior coisa que tem é um negro usado, pelo preconceito, para estigmatizar”, disse o presidenciável. “Capitão do mato” era como eram chamados os responsáveis por capturar escravos que fugiam de fazendas. Muitos eram negros libertos.
Holiday entrou com uma ação própria para processar o presidenciável. A primeira audiência sobre o caso, segundo o vereador, está marcada para agosto.
Fonte: Congresso em foco