Imagine que as grandes empresas retirem matéria-prima da natureza sem se preocuparem se ela irá se regenerar ou até mesmo se ela chegará ao seu limite e depois de diversas etapas de aperfeiçoamento a matéria-prima utilizada se transformará em bens de consumo para as pessoas. Agora, imagine esse mesmo processo, mas com o reconhecimento do valor real do meio ambiente. Essa é a economia regenerativa.
A economia regenerativa, na teoria, parte do pressuposto de que os princípios universais do cosmos como a integridade, a ética, o cuidado e o compartilhamento, devem ser usados como modelo para o design do sistema econômico. Através dela, o conceito de reciclagem atinge novos significados, todo tipo de resíduo tem valor aproveitável mesmo após ser descartado.
Ela é um modelo de sistema que consiste em aproveitar todo tipo de material fazendo com que o setor de produção seja expandido ao mesmo tempo em que o desenvolvimento sustentável é praticado. A economia regenerativa, basicamente, prioriza a renovação e a reutilização.
Até o século passado, a economia mundial sempre buscou o crescimento econômico sem se preocupar com as consequências ambientais e esse fato contribuiu para uma maior desigualdade social em diversos países, principalmente, os menos desenvolvidos e isto está levando o planeta ao colapso ecológico. Os anos se passaram e atualmente se busca mesmo crescimento econômico, mas com a preocupação com o desenvolvimento sustentável.
Esse tipo de economia possui diversos princípios como:
-O relacionamento: a humanidade é parte integrante de uma teia interconectada de vida e por conta disso é necessário preocupação com o meio ambiente;
-A riqueza holística: a verdadeira riqueza não é o dinheiro no banco e sim o bem-estar do conjunto, a harmonização de vários como a riqueza social, cultural entre outros;
-A inovação, a adaptação e a sensibilidade: são princípios fundamentais para a saúde do conjunto todo;
– A participação: todas as partes do conjunto devem se relacionar com o todo, não apenas suprindo suas próprias necessidades;
– A honra, a comunidade e o local: cada comunidade humana consiste em um conjunto único de crenças, tradições e instituições e dessa forma deve-se nutrir comunidades e regiões saudáveis e resilientes de acordo com a essência de sua história;
-A abundância do efeito de borda: onde criatividade e abundância, segundo os teóricos da economia regenerativa, florescem sinergicamente nas ‘’bordas’’ de sistemas;
– O fluxo circulatório robusto: faz um paralelo entre a saúde humana que depende da circulação de oxigênio e nutrientes. A saúde econômica depende de fluxos circulatórios de dinheiro, informações, recursos, bens entre outros;
– O equilíbrio: sempre se deve buscar o equilíbrio entre a eficiência e a resiliência, colaboração e competição, diversidade e coerência, pequenas, médias, grandes organizações e necessidades.
Outro tipo de economia é a criativa, um conceito relativamente novo definido pelo professor inglês, John Howkins, em seu livro “The Creative Economy”, que a considera como: ‘’Atividades nas quais resultam em indivíduos exercitando a sua imaginação e explorando seu valor econômico”. Ou seja, consiste em unir a economia com a criatividade e a matéria-prima é o capital intelectual.
Nos últimos anos, a economia brasileira sofreu diversas crises, com retrações, projetos engavetados, desemprego etc. A economia criativa foi um dos poucos setores que não sofreu dessa crise e a tendência é que essa área tenha um crescimento nos próximos anos.
No Brasil, o Decreto nº 7.743 de 2012, criou a Secretaria da Economia Criativa, vinculada ao Ministério da Cultura. Essa secretaria foi desfeita e atualmente os assuntos referentes sobre a Economia Criativa foram realocados para a Secretaria de Educação e Formação Artística e Cultural. No mesmo ano criou-se também o Observatório de Economia Criativa (OBEC), um local de pesquisas e difusão de dados sobre a economia criativa brasileira.
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento ( UNCTAD) elaborou um modelo que classifica as indústrias criativas em quatro eixos: patrimônio, artes, mídia e criações funcionais. Dentro destes eixos se desmembram nove setores: artes visuais, artes dramáticas, publicidade e mídia impressa, audiovisual, design, novas mídias, serviços criativos, expressões culturais tradicionais e sítios culturais.
Fontes: Ecycle, Pensamento Verde, Época, Capital Institute, Meu Sucesso, Isto é, Politize e Sebrae.
ASCOM PV