Em Ponte Alta, ministro substituto sobrevoa área atingida pelas queimadas e firma protocolo que unirá esforços para conter o fogo na região.
Paulo de Araújo/MMA
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Governos federal e estadual: integração
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LUCAS TOLENTINO (texto) e PAULO DE ARAÚJO (fotos)
Enviados especiais a Ponte Alta
Diante das 16,5 mil ocorrências de queimadas registradas neste ano no Tocantins, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o governo do Estado estabeleceram nesta terça-feira (19/09) força-tarefa para combater os incêndios florestais na região. Em visita a Ponte Alta (TO), o ministro substituto do Meio Ambiente, Marcelo Cruz, e a governadora em exercício do Tocantins, Cláudia Lélis, assinaram protocolo de intenções que fortalecerá a cooperação para ações de combate e prevenção no período de estiagem.
Com a medida, duas aeronaves serão cedidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para as operações no Tocantins. “Esse esforço conjunto é o que vai possibilitar o combate aos incêndios e a prevenção por meio da conscientização”, declarou Marcelo Cruz. Além do Ibama, o apoio do governo federal incluirá equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Exército Brasileiro e, quando necessário, da Fundação Nacional do Índio (Funai).
O ministro substituto sobrevoou a Serra do Lajeado, unidade de conservação estadual nos arreadores de Palmas (TO), onde há focos de incêndios. Ao todo, 82 mil hectares foram consumidos pelo fogo no Tocantins ao longo deste ano. De acordo comMarcelo Cruz, a área queimada reflete a urgência de ações na região. “O fogo não tem fronteiras”, alertou. “Juntando as nossas forças, de todos os órgãos envolvidos, conseguiremos minimizar esses danos.”
SECA
As altas temperaturas superam 35ºC no Tocantins e, aliadas aos ventos fortes e à baixa umidade, facilitam a ocorrência das queimadas na região. “A seca é dura”, afirmou a governadora em exercício do Tocantins. “Vamos fazer um trabalho integrado e estratégico para que, futuramente, esses índices possam diminuir cada vez mais.” Cláudia Lélis destacou, ainda, a necessidade da participação das prefeituras na força-tarefa.
Os prejuízos que as queimas trazem para a produção agrícola e para o sistema climático foram destacados pelo diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo. “O fogo é um problema de todos nós, pois prejudica a agricultura e causa o aquecimento global”, afirmou. Segundo ele, ações de educação ambiental serão fundamentais para conter os incêndios florestais. “O combate deve ser direto, com fiscalização e prevenção”, defendeu. “Queimar sem autorização do Estado é crime”, lembrou.
Segundo o Ibama, 150 brigadistas e dois especialistas em incêndios florestais foram mobilizados para o Tocantins. Na região da Ilha do Bananal e do Rio Araguaia, o combate aos incêndios é realizado por cinco brigadas indígenas, uma delas especializada em Cerrado, e por integrantes da equipe do Distrito Federal.
Fonte: MMA