Ameaça fascista foi derrotada nas eleições. À esquerda, o Partido Verde cresce com discurso de multiculturalismo e propostas para ampliar a tributação dos mais ricos
Em meio a uma onda conservadora de direita que se estende pela Europa, os Verdes aumentaram a sua representatividade nas últimas eleições na Holanda, realizadas na última semana, e assim como na Áustria, a onda extremista é combatida pela Onda Verde.
As pesquisas de boca-de-urna indicavam um resultado histórico para os verdes holandeses que se confirmou, o partido quadruplicou a bancada (de 4 para 16) e, a despeito do receio da extrema-direita, foram os grandes vencedores dessas eleições.
Mais de 12,9 milhões de eleitores foram chamados às urnas na quarta-feira (15) para elegerem 150 deputados. O comparecimento dos votantes subiu cerca de oito pontos percentuais, em relação à ida às urnas de 2012, a participação eleitoral foi de 82%. Em colégios eleitorais importantes como Groningen, os verdes saíram de 4,6% para 18,9%, em Rotterdam, os verdes foram de 2,6% para 11,1%, em Utrecht, comemoraram um expressivo aumento de 6,7% para 20%.
Os verdes venceram em Amsterdam, onde tiveram mais votos que todos os outros partidos e atualmente é o principal e mais atuante partido de esquerda na cidade. É liderado por Jesse Klever, um jovem de 30 anos, filho de imigrantes, com raízes marroquinas e indonésias.
Sua campanha foi pautada principalmente por um discurso voltado em propostas para ampliar a tributação dos mais ricos, à cultura de paz, o respeito e o multiculturalismo. O líder do Partido dos Verdes, conquistou muitos votos por sua mensagem muito diferente da retórica anti-imigração dos outros candidatos. “Penso que ainda somos um país tolerante. Somos um país que acredita na liberdade e temos uma sociedade empática”, declarou o líder dos verdes, em recente entrevista a euronews.
Para o secretário de relações internacionais do Partido Verde, Fabiano Carnevale, a vitória expressiva que os verdes na Holanda tiveram nas urnas representa um momento de reafirmação do movimento ecologista no mundo.
“Somos uma alternativa à perda de representatividade da política tradicional há muitos anos, e nunca isso foi tão relevante quanto agora. É possível perceber que tanto na Áustria quanto na Holanda, os verdes se impuseram como alternativa não só ao extremismo de direita, como também às visões pragmáticas e/ou extremistas da esquerda. É um chamado ao diálogo. À construção de pontes e não da ampliação dos muros que estão sendo erguidos nessa segunda década do século 21”, finaliza Carnevale.
Fonte : Camila Caetano p/Sec.Comunicação do PV