O deputado Sarney Filho (PV-MA) discursou durante a primeira sessão de debates da legislatura conclamando os deputados para o combate à crise hídrica que atinge o País. O líder verde e coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista anunciou que sua bancada está colhendo assinaturas para a formação de uma Comissão Geral na Casa, para o debate aprofundado, de forma a que sejam ouvidos especialistas e autoridades da área e se avance na compreensão de um caminho de enfrentamento da questão.
Para o parlamentar maranhense, a escassez de água, que vem causando transtornos à população de diversos estados, tem três causas principais: as mudanças climáticas, que interferem no regime das chuvas; o desmatamento, em especial da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica; e a má gestão, que tratou com descaso um problema que vem se agravando ao longo das décadas. O deputado afirmou que oPV enviou, no final do ano passado, um ofício ao Governo Federal e uma indicação, sugerindo a criação de um Comitê Gestor de Crise Hídrica, que agiria, de forma transversal, sobre essas três frentes.
Expondo a negligência das autoridades nos cuidados com a água, Sarney Filho levou à tribuna uma cópia de matéria do jornal Folha de São Paulo de 1977, em que Paulo Nogueira Neto, professor de ecologia da USP e Secretário Especial de Meio Ambiente do Governo Federal entre 1974 e 1986, advertia que “no Brasil, encontramos exemplos típicos de má utilização da água doce”. De acordo com Nogueira Neto, São Paulo e Belo Horizonte – duas das cidades mais atingidas hoje – deveriam “cuidar, urgentemente, da preservação de seus recursos hídricos”. O título da reportagem era “A água de São Paulo está no fim”.
Segundo Sarney Filho, o Brasil poderá ser o primeiro País – excetuando as ilhas do Pacífico, que estão sendo cobertas pela água – a enfrentar uma crise ambiental de grandes proporções, inclusive com migrações internas. O deputado prevê que parte dos habitantes das áreas em que a escassez é mais grave se desloque para regiões com maior abundância do recurso. Ele ressaltou, ainda, que essa solução só é possível para os mais abastados, ficando a população mais pobre sem alternativas.
Fonte: Comunicação Lid-PV