No último sábado (17), o Partido Verde comemorou 29 anos de luta em busca de uma democracia participativa que possibilite ao Brasil se desenvolver de maneira sustentável combatendo a miséria e o desperdício. Desde de sua criação, o Partido Verde assumiu a vanguarda na defesa de bandeiras inéditas à época de sua fundação, como a união homoafetiva, o respeito à diversidade sexual e religiosa, a mobilidade urbana, o combate ao aquecimento global, a descriminalização da maconha, dentre tantos outros temas, que hoje são cada vez mais frequentes na pauta da sociedade, descortinando o peso da falta de controle e de políticas públicas eficazes. Esses ideais, nascidos em meados dos anos 80, mais precisamente em 1986, revelam o papel relevante e estratégico do PV ao trazer à luz tais discussões.
O efeito do descaso corrente com assuntos prioritários para o crescimento social e econômico do país em conjunto com a sustentabilidade fez com que houvesse um efeito cascata nos problemas vigentes. As cidades crescem desordenadamente, as pessoas utilizam cada vez mais transportes individuais, o que causa mais trânsito, mais poluição e menos qualidade de vida. A inversão de prioridade dos governantes para o desenvolvimento do país, dando ênfase à venda exacerbada de automóveis em vez de melhorar a qualidade dos transportes coletivos, transforma os dias da população em dias penosos.
Desde de sua fundação, o Partido Verde demonstra sua preocupação com o uso da água, do solo, com o desmatamento na Amazônia e de outras grandes áreas para a construção, por exemplo, de usinas hidrelétricas, como a Belo Monte. No entanto, como esses temas foram rejeitados nos debates dos governantes durante vários anos e, somente há pouco tempo, se mostraram presentes na pauta política brasileira, evidentemente após a crescente colheita de tragédias ambientais, sociais e econômicas cada vez mais constantes.
Para consolidar os valores e o princípio democrático de respeito à diversidade, foi instituído o PV Diversidade, grupo criado para lutar contra a homofobia no Brasil. A luta homoafetiva faz parte dos temas de importância dentro do PV. Nas diretrizes do plano de governo do Partido Verde está bem clara a defesa pela liberdade de orientação sexual e as propostas que apoiam o casamento homoafetivo.
Outro tema bastante polêmico é a descriminalização da maconha. Em 2014, o PV deu o primeiro passo para a mudança na legislação com a apresentação do PL nº 7187/2014. Único partido a apresentar propostas de forma favorável e clara em seu programa partidário para a legalização do consumo da maconha no Brasil, o Partido Verde defende a descriminalização da erva como uma forma de proteger a população contra os riscos decorrentes do vínculo com o comércio ilegal da maconha e com o narcotráfico, buscando, mediante a intervenção do Poder Público, enfrentar as consequências sanitárias, sociais e econômicas do uso de substâncias psicoativas, bem como reduzir a incidência do narcotráfico e do crime organizado.
A mudança no rumo da economia de consumo e descarte é outra batalha travada pelos verdes. Com o crescimento da população brasileira, o consumo também aumentou e, consequentemente, a produção de lixo. No entanto, o Brasil ainda não conta com uma estrutura que impacte menos o ambiente. O país vive um atraso ambiental tanto por falta de investimentos do Governo na gestão integrada dos resíduos sólidos urbanos, quanto pela falta de educação ambiental da população.
Além da falta de incetivo à coleta seletiva, outro grande exemplo dessa ausência de compromisso com o meio ambiente é a crise hídrica. A má utilização da água leva ao desperdício que, por sua vez, leva ao descontrole no desmatamento gerando aquecimento global e a mais uso de água, que fica cada vez mais escassa.
Nesses 29 anos de história, o PV dá segmento aos seus ideais apresentando argumentos em defesa dos negros, das mulheres, dos homossexuais, que continuam representando a minoria e que, já na década de 80, assumiu uma nova estética sem abrir mão de seu ideário principal: o desenvolvimento humano de qualidade em conjunto com um meio ambiente sustentável.
Fonte : Larissa Itaboraí