A decisão de prorrogar até o final do ano a alíquota reduzida de 3% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros, anunciada pelo ministro Guido Mantega, é mais uma medida do governo federal que, aparentemente, tem como objetivo combater os maus resultados do setor industrial automotivo, mas que vai na contramão do que o Partido Verde (PV) defende para um desenvolvimento sustentável do Brasil.
As diretrizes do PV em relação à mobilidade urbana e ao uso de veículos automotores são claras e objetivas: aprimorar e ampliar o uso de transporte público coletivo e incentivar o chamado transporte solidário quando se utiliza veículo particular e, mesmo assim, restringir o uso individual de carros ; melhorar a eficácia e desempenho de veículos elétricos, como ônibus e bicicletas; dar maior capilaridade ao sistema metroviário; mapear e multiplicar a malha de ciclovias; fortalecer a segurança do pedestre e do ciclista e difundir, através de campanhas permanentes, os princípios da direção defensiva e segurança no trânsito.
O crescimento gigantesco da frota de veículos que circula no país, 125% no período de 2003 a 2013, saltando de 36 milhões para 81 milhões de unidades, é um dos principais fatores apontados pelos especialistas como responsável pelo aumento de acidentes e pelos congestionamentos, especialmente nas grandes cidades.
“No Brasil, a adoção de automóveis e ônibus elétricos é desestimulada e o uso da bicicleta tem importância subestimada. Defendemos investimento em transporte público e em combustíveis limpos e eficiência energética”, afirma Eduardo Jorge.
Para o candidato do PV, outra iniciativa que tem sido tomada apenas timidamente é a ampliação da malha ferroviária, o que poderia trazer grande economia para o país, além de evitar os acidentes no transporte interestadual: “Num país altamente urbanizado e de dimensões continentais como o nosso, o principal problema estrutural no qual a energia tem impacto direto é o de transporte, tanto urbano como de longa distância, de carga ou de pessoas. E, no Brasil, temos uma grande vantagem, já que o tráfego ferroviário pode, em boa parte, ser eletrificado e com o uso de energia elétrica produzida por fontes renováveis”, conclui Eduardo Jorge.