O presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, deputado Penna (PV-SP), questionou a importação de 1,234 bilhão de dólares (cerca de R$ 3 bilhões) de pescado, face o Brasil ter o maior potencial aquícola do mundo. A reclamação foi feita durante audiência pública do colegiado que discutiu o Sistema Pesqueiro Nacional.
O deputado Penna acrescentou que o País importa peixe até do Vietnã. “Além de salmão, merluza, atum, tantos outros… E nós com possibilidade de ser, pelo menos, autossuficiente.”
O parlamentar reclamou ainda que, apesar de dispormos de 8.500 Km de extensão de costa e de 13,7% de água doce do Planeta, o setor pesqueiro nacional é responsável por apenas 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio que, em 2010, representou 22,34% do PIB total.
Produção real – Já o secretário de planejamento e ordenamento da Pesca do Ministério da Pesca e Aquicultura, Flávio Bezerra, ressaltou que tais dados podem estar equivocados. “Ao longo da costa brasileira, quase 9 mil km de praia, temos o pescador artesanal, que chega do mar e vende o peixe ao atravessador. Esse atravessador leva o produto para a cidade e para as vilas e vende. Esse produto não é computado pelo governo, então fica fora desse cálculo do PIB, essa produção real.”
Flávio Bezerra disse que o governo pretende dobrar a produção nos parques aquícolas, com investimentos da ordem de R$4 bilhões. Ele criticou a diferença de preço do peixe no restaurante do que o que é pago ao pescador. Para ele, se não houver incentivo à produção artesanal pesqueira, daqui a uns anos não se terá renovação na mão de obra, porque os filhos de pescadores estão desestimulados a continuar a atividade familiar.
Alimentação escolar – O deputado Penna sugeriu um projeto de lei criando percentual de peixe na alimentação escolar, o que geraria demanda para o produto nos grandes centros, além de melhorar a qualidade intelectual do povo brasileiro já na infância. “Nós precisamos suplementar a alimentação de nossas crianças, para que elas tenham maior poder de compreensão. Em muitos países do mundo, já estão fazendo isso. Eu tenho um projeto de lei aqui com a vitamina D. Enfim, eu ando me preocupando muito para a gente poder ter uma geração de brasileiros de grande capacidade e agilidade mental.”
Fonte: Agência Câmara – Foto: Estefania Uchôa/CMADS