Faleceu hoje em seu apartamento de Copacabana, no Rio de Janeiro, aos 83 anos, a geógrafa Bertha Koiffmann Becker, uma das mais destacadas cientistas brasileiras. Membro da Academia Brasileira de Ciência, professora emérita da Universidade Federal de Rio de Janeiro e agraciada com doutorado honoris causa e outras homenagens em muitos dos principais centros acadêmicos do mundo, Bertha Becker é referência por seus aprofundados estudos sobre Amazônia, com inúmeros livros e publicações.
A geógrafa estudou a fronteira móvel da agropecuária no Brasil desde a década de 60. Começou com o crescimento da pecuária no Rio de Janeiro e São Paulo, depois em Goiás na década de 70 e, a partir daí desenvolveu suas pesquisas de campo principalmente na Amazônia. “As pessoas pensam que isso é novo, mas não é, a expansão das fronteiras da pecuária na direção da Amazônia tem 50 anos – declarou recentemente.
Bertha Becker era, desde os anos 90, membro do conselho diretor da OSCIP Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, da qual era também associada emérita. “Sua dedicação para a instituição era total, profunda, como tudo o que ela fazia – comentou o diretor de políticas da instituição e amigo pessoal da cientista, Roberto Smeraldi – Bertha foi uma cidadã 24×7, além de uma das pessoas mais inteligentes que já conheci na vida. Uma inteligência que a levava sempre a farejar as mudanças antes que elas se revelassem. A sociedade brasileira recebe uma herança ímpar e um desafio para décadas: decifrar e desdobrar o patrimônio de sabedoria que ela construiu.”
Leia a entrevista com a pesquisadora: ”Como é que você vai distribuir riquezas se não tem produção?”
Leia também: Bertha Becker pede valor e tecnologia para preservar a floresta
Fonte :