O meio ambiente construído e exposto à sociedade é o grande responsável pelo seu bem-estar
Antes de qualquer coisa é necessário entender meio ambiente como todo espaço que cerca a sociedade. Assim, a casa, o trabalho, as ruas e cidades onde vivem, ou seja, tudo que as cerca e certamente as influencia, é denominado meio ambiente. Nesse sentido, surge necessidade de olhar com maior preocupação para a poluição sonora e visual, o trânsito e a falta de mobilidade urbana, além do saneamento básico, as relações pessoais, a água, o ar, enfim, tudo o que possa levar à degradação local e global do ambiente.
Portanto, é importante estabelecer a relação de causa e efeito a que estão expostos. Atualmente, muitos problemas na saúde das pessoas são causados pelo meio em vivem, assim, quanto mais urbanizado e industrializado o país se torna, mais o meio ambiente sofre alterações e, consequentemente a população é afetada. Os altos índices de gastroenterites ou doenças parasitárias em comunidades onde há falta de saneamento básico caracterizam essa influência.
A saúde ambiental deve ser vista com atenção. Alterações ambientais a nível global também são preocupantes. A população continua crescendo e o pior: de forma insustentável. Cada vez mais são necessários espaços agricultáveis, novas áreas para rebanho, novas fontes de energia. E, para isso as florestas são comprometidas, os recursos hídricos e a atmosfera. Doenças que antigamente atingiam um determinado grupo ou trabalhadores de atividades profissionais específicas, hoje ocorrem indiscriminadamente em toda a sociedade devido a globalização, isso gera um perfil de doenças mais complexas, de difícil compreensão e que precisam ser estudadas, tal como ocorre na medicina ambiental.
Segundo Guilherme Franco Netto, diretor do Departamento de Saúde Ambiental e do Trabalhador do Ministério da Saúde, existe a preocupação no que tange três pontos da saúde humana. “O primeiro diz respeito a poluição veicular, no qual impacta consideravelmente a saúde humana, o outro está relacionado às queimadas em todo o território brasileiro e o terceiro ponto dá conta de grandes indústrias, como a de mineração, por exemplo”, enumera Guilherme.
A relação que a sociedade tem com o meio ambiente sofre influências sociais, culturais e econômicos. Portanto, em comunidades indígenas que, na maioria das vezes utiliza de maneira sustentável o meio em que vivem, é notável a influência do tipo de educação e valores de cada pessoa.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, as doenças respiratórias têm feito parte a cada dia do cotidiano da população. De acordo com pesquisa do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da USP, estima-se que na cidade de São Paulo, cerca de 10% das mortes de idosos, 7% da mortalidade infantil e de 15% a 20% das internações de crianças por doenças respiratórias estejam relacionadas com as transformações da poluição atmosférica. Ainda segundo a pesquisa, os moradores de São Paulo vivem, em média, um ano e meio a menos que pessoas que vivem em cidades com o ar mais limpo.
“De maneira absoluta, cerca de 95% das tragédias naturais que acontecem no Brasil poderiam ser evitadas caso o caminho de desenvolvimento brasileiro se preocupasse com o meio ambiente e a saúde humana”, dispara Guilherme. Ainda segundo o diretor, o brasileiro não se apropria da utilização de transporte coletivo. “No Brasil, ainda não nos apropriamos do uso de metrô como em países como a Colômbia, por exemplo,”, defende Guilherme.
É necessária uma reflexão da relação social com o meio que é construído e vivenciado. De maneira absoluta, a sociedade deve sair em defesa do seu meio e começar a mudar certas atitudes. O caminho de desenvolvimento brasileiro está errado. E cabe a população estabelecer novos parâmetros de existência. Ainda segundo Guilherme, os governantes não se preocupam em envolver tópicos importantes no diálogo, “saúde e meio ambiente devem entrar nos debates políticos de maneira a participar de maneira massiva”. A saúde geral da população agradece!
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