Obras que prometem levar água a cerca de 12 milhões de brasileiros não são concluídas em tempo hábil e nordestinos continuam a enfrentar o pior período de seca dos últimos 40 anos
Considerada a maior obra de infraestrutura do Brasil, a transposição do Rio São Francisco desperta muitos questionamentos, a começar pela demora de mais de cinco anos nas conclusões das obras, que deveriam ter sido finalizadas no final de 2012, além de trechos onde as obras estão abandonadas. A grande dúvida é: depois de anos de espera e obras superfaturadas, como afirma o TCU, a transposição irá sanar os problemas da seca? Segundo o Tribunal de Contas da União, desde 2005 já foram encontrados cerca de R$ 734 milhões em irregularidades nas obras. Segundo o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, o projeto básico foi concluído em 2001, no governo Fernando Henrique, porém o início das obras só se deu em 2007. Resultado: projeto desatualizado gera à empreiteira mais trabalho e custos diferentes. Desde o início das obras o custo disparou de R$ 4,5 bi para R$ 8,2 bi, um aumento de 80%.
Em artigos publicados na 5ª edição da Revista Pensar Verde levantamos uma das questões sociais que mais afetam a população nordestina de baixa renda do Brasil: a desertificação e a miséria. “Historicamente, o Nordeste, e particularmente a região do sertão, só consegue ser ouvido em ocasiões de grandes calamidades provocadas pelas secas”, afirmou Antônio Rocha Magalhães, presidente do Comitê de Ciência e Tecnologia da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação. No momento em que a região nordeste enfrenta a pior seca dos últimos 40 anos, o blog da FVHD discute a efetividade da transposição do Rio São Francisco.
O Velho Chico, que corta o sertão de Minas a Alagoas, pode levar água a cinco estados brasileiros considerados as regiões mais secas do país, ou seja, 12 milhões de moradores do Nordeste. É a grande esperança de uma população que vive dias difíceis?
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