“Estávamos muito animados para tê-lo em casa, mas, 17 horas depois de ele chegar, tudo deu errado”, disse Rebecca Reed.
Max não queria comer, mas estava bebendo água sem parar. Rebecca estava em casa quando o marido a chamou para voltar pra casa, porque o cão estava muito doente.
“Ele era como um cobertor molhado no chão. Ele não conseguia nem levantar a cabeça, ele estava tão fraco. Foi doloroso”, lembra Rebecca.
Um veterinário diagnosticou Max com megaesôfago – uma doença em que os cães são incapazes de colocar comida no estômago.
Rebecca tentou entrar em contato com o vendedor para saber se outros filhotes tinham a mesma doença, mas as ligações foram ignoradas.
Para cuidar de Max, Rebecca precisou mudar o horário no trabalho. Ela e o marido passaram a dar uma dieta líquida e construíram uma cadeira especial para ajudá-lo a digerir o alimento.
O casal estima que gastou mais de 5 mil libras, o equivalente a cerca de R$ 25 mil, para cuidar do cão, depois de o vendedor ter mentido sobre a raça, a idade, o histórico de vacinação e o estado de saúde de Max.
Novas regras
A nova lei que regula a venda de cães e gatos, batizada de Lei Lucy deve entrar em vigor somente em abril de 2020.
A partir dessa data, pet shops só e comerciantes de cães e gatos só poderão comercializar animais criados por eles seguindo as regras de licenciamento. Estão, portanto, proibidos de comprarem de terceiros.
O ministro para Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais, Michael Gove, disse que as novas regras dariam aos animais “o melhor começo possível na vida”, uma vez que a legislação exige que os animais tenham nascido e crescido num ambiente saudável. A Sociedade Real para Prevenção de Crueldade contra Animais, maior entidade britânica de defesa de animais, comemorou a nova lei, mas ressaltou que é preciso fiscalização.
No Brasil
No Brasil, a lei exige que todo criador comercial seja licenciado e tenha um veterinário responsável. Mas a fiscalização é precária.
No fim do ano passado, o Senado e a Câmara aprovaram a ampliação da pena para o crime de maus-tratos a animais para de um a quatro anos de detenção – atualmente, a pena prevista é de três meses a um ano de detenção, além de multa.
Foi uma resposta do Legislativo diante da repercussão da morte de uma cadela agredida em um supermercado em Osasco (SP).
Ambas as Casas aprovaram textos com propostas ligadas à proteção de animais – o texto aprovado na Câmara precisa ser aprovado pelo Senado, e vice-versa. Ambos mantêm a previsão de pagamento de multa.
A proposta aprovada pelos senadores estabelece também punição financeira para estabelecimentos comerciais que, por omissão ou negligência, venderem animais vítimas de maus-tratos.
A proposta da Câmara traz agravantes da pena, com ampliação do prazo de prisão de um sexto a um terço para casos de zoofilia ou se o animal morrer. A norma vale para atos praticados contra animais silvestres, domésticos, nativos ou exóticos.
E há municípios, como Santos (SP), que estão discutindo na Câmara de Vereadores um projeto que proíbe a comercialização de cães, gatos e pássaros na cidade.
Fonte: BBC