Condeno as atitudes irreparáveis da Hydro e exijo que o meio ambiente e as pessoas atingidas tenham a justa reparação, mas me estranha que só agora o caso ganhe repercussão nacional, sendo exibido até no Fantástico.
De onde vem o interesse da imprensa do sudeste com os destinos do povo do norte?
Ontem, na coluna R70 uma nota dizia que a intervenção do ministro do Meio Ambiente no caso de Barcarena foi adotada por exigência de Temer, como uma vingança. É que o presidente brasileiro, em visita àquele país foi cobrado, severamente, conforme noticiado pela imprensa nacional:
“Após ser cobrado sobre desmatamento, corrupção e respeito à democracia, Temer agradeceu a hospitalidade norueguesa confundindo país com a Suécia.”
O fato mostra que de Brasília para baixo, o Norte só é importante quando serve aos interesses colonizadores de políticos, empresários e grupos de comunicação.
Tudo que a imprensa, o presidente da República e o seu ministro do Meio Ambiente fizeram não vai mudar a vida do nosso povo e nem recuperar o meio ambiente em Barcarena.
Eles não vão se importar com alguns igarapés, uns poços de água e alguns cabanos resistentes.
O que eles querem é saldo na balança comercial brasileira, imposto para sustentar um Estado ganancioso, poder político ditatorial e dinheiro de mídia para os grandes grupos de comunicação.
Tudo isso quem pode fornecer é a Hydro e não o povo, que para eles tem “a forma de água turvada”, pela lama que escapou de seus canos clandestinos, por onde jorram os dejetos dos podres poderes.
O Pará precisa dar seu grito de liberdade, passando a limpo sua história e julgando seus algozes e vendilhões que daqui do norte entregam as riquezas e a força de trabalho dos seus irmãos. Comprometendo o futuro das próximas gerações.
José Carlos Lima
Fonte: FVHD