Na década de 60 nos Estados Unidos, a comunidade LGBT era constantemente reprimida e até presa sem razão nos Estados Unidos. Na noite do dia 28 de junho de 1969, contudo, algo diferente ocorreu: os usuários de um bar LGBT em New York – Stonewall Inn – resistiram à prisão, e a polícia perdeu o controle da batida. Uma multidão se reuniu na rua, na frente do bar, encurralando a polícia dentro do mesmo. A tropa de choque foi convocada, e o cenário virou uma praça de guerra, com confrontos violentos que duraram por seis dias.
A revolta de Stonewall, como ficaram conhecidos estes seis dias de confronto com a polícia, marcou o momento da virada do movimento pelos direitos homossexuais nos Estados Unidos e em todo o mundo. Em 2016, esta manifestação social completa 47 anos de luta, de determinação buscando igualdade de direitos e para comemorar o que já conquistado. Desde então, 28 de junho é considerado o Dia do Orgulho LGBT.
Porém, os recentes acontecimentos em Orlando nos Estados Unidos com o assassinato em massa de 50 pessoas em uma boate LGBT e dos professores gays Edivaldo Silva de Oliveira e Jeovan Bandeira em Santaluz (sertão da Bahia) que morreram de forma brutal, sendo carbonizados, mostra que o fundamentalismo religioso e o conservadorismo também “saíram do armário” com sua pregação violenta e reacionária ante ao avanço da luta em prol dos direitos da população LGBT em todo o mundo civilizado. O Brasil é o país que mais mata LGBTs por motivos de intolerância no mundo. Segundo o GGB (Grupo Gay da Bahia), no ano passado o Brasil registrou 319 mortes por homo/transfobia, ou seja, um crime de ódio a cada 27 horas.
Aqui no Brasil, os avanços têm vindo mais pela via jurídica como o reconhecimento do casamento homoafetivo pelo STF em 2011. Porém, demandas tão urgentes como a equiparação da homofobia ao racismo como crime hediondo e da lei de identidade de gênero (para travestis e transexuais) empacam no Congresso, cuja composição extremamente conservadora é tida com a pior de todo o período democrático recente do nosso país.
Que o legado de Herbert Daniel – um dos fundadores do Partido Verde – gay assumido e que faleceu vitimado por complicações ligadas ao HIV/AIDS em 1992 – e que dá o nome à nossa Fundação Verde, inspire os brasileiros na luta por um mundo com mais respeito à diversidade, neste Dia Do Orgulho LGBT.
André “Pomba” – Coordenador do PV Diversidade – São Paulo/SP