O Partido Verde entrevista o membro da Executiva Nacional do PV André Fraga e a arquiteta e clicoativista Renata Falzoni
A bicicleta é um meio transporte limpo por não poluir o meio ambiente, é uma forma de se exercitar auxiliando na manutenção da saúde e pode facilitar o dia a dia, já que não fica “presa” no trânsito das grande cidades. Os benefícios são muitos, mas como incentivar mais pessoas a utilizarem essa opção de mobilidade urbana?
Para para o membro da Executiva Nacional do PV André Fraga, infraestrutura é a chave. “Ter infraestrutura adequada para a cidade, receber a bicicleta de maneira adequada. Então, ciclovias, ciclorrotas, integração com os outros modais [meios de transportes], poder entrar no metrô de bicicleta, ter um local adequado para guardar a bicicleta”, explica.
Outra questão importante que precisa ser abordada para o maior incentivo a utilização de bicicleta, é a segurança dos usuários. Em 2019, só na cidade de São Paulo, houve um aumento de quase 64% nas mortes de ciclistas, segundo o Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito de São Paulo (Infosiga).
A arquiteta e clicoativista Renata Falzoni fala sobre medidas que precisam ser adotadas para melhorar a segurança dos ciclistas. “Para as pessoas usarem a bicicleta como meio de transporte é necessário que elas sintam-se seguras. Ciclovias e bicicletários, tudo isso faz parte do processo. Outra coisa importante, é você acalmar o trânsito, fazer com que os motoristas andem em velocidades mais baixas e com mais condições de prestar atenção e respeitar os pedestres e os ciclistas”, esclarece.
Renata lembra que a violência faz com que o sexo feminino use menos a bicicleta para se locomover. “Muitas mulheres deixam de pedalar por não [se] sentirem seguras nas ruas. Dessa forma, ciclovias são fundamentais, mas a cultura de compartilhamento das ruas também”, ressalta.
A taxação em cima da bicicleta também pode impedir que mais pessoas sejam adeptas ao uso. Por isso, Fraga criou uma campanha para diminuir tributo do veículo. “A ideia de reduzir o imposto da bicicleta é justamente para que a gente incentive esse tipo de transporte na nossa cidade. Afinal de contas, a bicicleta paga um imposto que pode chegar até 70% no Brasil, enquanto que um carro, paga 38 [%], a cadeia produtiva da bicicleta é muito pulverizada, gera muito emprego na ponta, transporte limpo, melhora a saúde das pessoas e a gente não entende porque a bicicleta recebe um imposto tão alto”, indaga.