Do jornal O Estado do Maranhão:
O deputado federal Sarney Filho (PV) participou, ontem, no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, no Cohafuma, do encerramento do III Congresso Nacional de Direitos Ambientais, cujo tema é “Agregar Valor para Preservar”. Integrando o painel, ‘A Questão Amazônica e a Soberania Nacional’, o deputado, que também é coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, tratou da Política Nacional de Educação Ambiental e dos esforços para manutenção do bioma amazônico. O parlamentar aproveitou a oportunidade para falar da decretação do estado de calamidade pública devido às enchentes que castigam o interior do Maranhão.
Para o deputado, os 300 milhões que o Governo Federal, por meio do Ministério da Integração, anunciou para todo o Nordeste são insuficientes. Ele teme que a burocracia atrapalhe a liberação dos recursos. “Vamos reivindicar 150 milhões para o nosso estado, mas esse valor não é suficiente. Na tragédia ocorrida em Santa Catarina, por exemplo, foi liberado R$ 1 bilhão. Nossa situação é mais complicada. Somos um estado muito mais pobre e tivemos também maior numero de atingidos”, comparou.
Sarney Filho atribuiu as enchestes ao mau uso dos recursos naturais e a instalação indevida de casas em áreas inapropriadas. “Temos que pensar em um projeto estruturante da bacia do Mearim e deslocar as residências para área apropriadas”, apontou.
Sobre a relação entre a região amazônica e a soberania nacional, Sarney Filho disse não haver com o que se preocupar. “Não tenho que me preocupar se estrangeiros vão tomar de conta da Amazônia. Isso não ocorre. O bioma amazônico é brasileiro, mas presta serviços ao mundo. Só há perigo se houver uma percepção do mundo que nós não estamos cuidando e isso não está acontecendo”, ressaltou Sarney Filho.
Preservação – Sarney Filho lembrou o avanço na área de preservação ambiental alcançado com a aprovação da Política Nacional de Educação Ambiental, do qual foi relator. “Como líder do Partido Verde e militante da causa ambiental, me causa preocupação a flexibilização da legislação ambiental que determinados segmentos do ruralismo atrasado tentam organizadamente afrouxar”, observou Sarney Filho, que disse ainda que o direito de uso dos recursos naturais não dá à humanidade o direito de abusar desses mesmos recursos.
O painel foi conduzido pelo presidente da Comissão de Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Maranhão – Seccional Maranhão (OAB-MA), Samir Jorge Murad, e contou com a participação do presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB do Mato Grosso, Leonardo Pio da Silva Campos, e do ex-comandante do Exército na Amazônia, general Cláudio Barbosa.
Números
16% da área Floresta Amazônica já foi devastada por madeireiros.
Brasil é o 4° maior emissor de carbono, principal gás do efeito estufa, devido ao desmatamento.