Da Liderança do Partido Verde na Câmara dos Deputados:
O líder da bancada do Partido Verde na Câmara dos Deputados, Dep. Fed. Sarney Filho (MA), conclamou os países presentes na III Conferência Internacional do Clima, Sustentabilidade e Desertificação em regiões Semiáridas, que está sendo realizada em Mendonza, Argentina, a promoverem um profundo debate sobre a degradação ambiental e o empobrecimento das populações que vivem em Terras Secas no mundo.
“O mundo não pode continuar tolerando a fome. Neste momento, dez milhões de pessoas lutam pela sobrevivência na Somália, na Etiópia e no Quênia, um problema recorrente que assola o Chifre da África. Não podemos continuar justificando com a falta de chuvas, essa e outras tantas tragédias que afetam as terras secas. A seca e a fome não podem continuar sendo tratadas como fatalidades”, enfatizou Sarney filho, que é também coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista.
“Minha proposta é que sejam realizados eventos especiais durante o período da Rio+20, para discutir os temas de interesse das Terras Secas, especialmente as recomendações derivadas da ICID+18 e aquelas que forem geradas neste encontro em Mendoza”, defendeu o líder.
O parlamentar reforçou em sua palestra que tragédias da seca que atingem vários países, podem ser combatidas com medidas mitigadoras e adaptativas que tirem proveito das condições ecológicas da região para promover o seu desenvolvimento. “Torna-se necessário a promoção de mecanismos para a transferência de recursos e de tecnologias para o desenvolvimento sustentável dessas regiões; e o estabelecimento de programas e metas específicas para frear a degradação de terras e os processos de desertificação”, exemplificou Sarney Filho.
Com a proximidade da Conferência Mundial do Meio Ambiente, marcada para junho de 2012 no Rio de Janeiro, que terá como foco a erradicação da pobreza e a promoção da economia verde, Sarney Filho defendeu que a erradicação da pobreza nas áreas secas e sua inclusão no desenvolvimento com sustentabilidade dependem do reconhecimento do potencial de crescimento dessas regiões.
“No lugar das ações tradicionais de combate à seca, é preciso adaptar-se e tirar proveito dela. As áreas secas apresentam enorme potencial para o aproveitamento de energia solar e eólica, o que representa uma janela para o seu desenvolvimento econômico”, citou como exemplo. Eles destacou a biodiversidade ímpar nessas regiões, cuja capacidade de adaptação a condições climáticas e hidrológicas extremas pode ser utilizada para a produção agrícola, por meio das biotecnologias.