O Líder do Partido Verde na Câmara dos Deputados, Edson Duarte (BA), lamentou a ausência, por parte do governo, da adoção de políticas de combate à desertificação no Nordeste. A declaração foi feita na reunião da Frente Parlamentar Ambientalista em comemoração ao Dia da Caatinga, celebrado nesta quarta-feira, 28.
“É lamentável que o governo não tenha acatado a proposta de firmar um pacto em favor do semiárido nordestino para mitigação dos efeitos da devastação na região” criticou Edson Duarte. “Fico triste porque hoje não temos o que comemorar”. O deputado apresentou ao ministério do Meio Ambiente (MMA) uma proposta no sentido de se implantar programas eficientes de combate ao efeito climático, que castiga a região e seus habitantes
O deputado também chamou a atenção para os efeitos que as mudanças climáticas já estão provocando na região, apontada como uma das mais fágeis. Segundo ele, isso deverá provocar o êxodo de um número maior de pessoas. “Precisamos nos mobilizar por todos os biomas, em especial àquele que está acabando” alertou.
A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro. Com uma área total de 826.411 km², ela ocupa cerca de 11% do País e está presente nos estados da Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Maranhão, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte e Minas Gerais.
Segundo o último monitoramento realizado pelo MMA, em parceria com o Ibama 45,39% da Caatinga já foi desmatada. Nos últimos seis anos, de 2002 a 2008, foram mais de 16 mil quilômetros devastados, o equivalente a 2% de toda a área.
A Bahia é um dos estados que mais sofre com a devastação. De acordo com os últimos dados, os municípios que mais desmataram foram: Bom Jesus da Lapa (BA), Campo Formoso(BA), Tucano(BA) e Mucugê(BA).
Uma exposição aberta nesta quarta-feira, 28, na Câmara, tem como objetivo chamar a atenção dos políticos brasileiros para a importância e a necessidade da criação de novas unidades de conservação (UC) do bioma.
A mostra pretende pressionar os congressistas para a criação de uma UC do Parque Nacional Boqueirão da Onça, que por enquanto está em fase de análise estadual e federal. A implantação do parque protegeria 862 mil hectares do semiárido baiano e, ainda, auxiliaria no desenvolvimento sustentável da região.
A PEC do Cerrado e da Caatinga (115/95), que inclui os biomas como patrimônio nacional, está pronta votação na Câmara, mas até agora não foi selecionada, apesar dos esforços em favor da proposta.