Do portal Terra:
O deputado federal Luiz Bassuma (PV), pré-candidato ao governo do Estado da Bahia, não fugiu de questões polêmicas e, dentre outras declarações, afirmou que foi para ele uma honra ser punido pelo PT por não defender a legalização do aborto. “O aborto é um crime”, enfatizou ele, que não dispensou críticas ao antigo partido, do qual vem se afastando desde o episódio do mensalão que, dentre outras consequências, custou o mandato do ex-deputado José Dirceu, então ministro da Casa Civil.
Bassuma também cobrou coerência do ministro da Cultura, Juca Ferreira, acusado de utilizar o cargo de ministro para impedir a candidatura dos verdes à presidência e nos estados. “Queriam que o PV fosse uma sublegenda do PT”, disparou. Ele também barrou a possibilidade de lançamento do presidente do Olodum, João Jorge, ao Senado. Afirmou que o PV terá apenas um candidato, o deputado federal Edson Duarte.
Terra – Dentro deste quadro sucessório, o que representa a candidatura do PV?
Bassuma – Neste momento em que a conjuntura, nacional que, lógico, reverbera na Bahia, em nosso estado, o Partido Verde se apresentar como alternativa de poder, para desenhar e construir um novo modelo econômico, que não mais degrade a natureza, não mais destrua os recursos naturais e que faça inserção social com melhor distribuição de renda, é da maior relevância. Seria muito triste se não tivéssemos a candidatura da (senadora) Marina (Silva, pré-candidata à presidência pelo PV) e, também na Bahia, para que a sociedade pudesse dialogar e pudéssemos oferecer este modelo que é diferente daquilo que é proposto pelo PT e pelos outros partidos que estão, com legitimidade, disputando as eleições, mas que estão com um pensamento ultrapassado e que não atende aos anseios da nossa contemporaneidade.Terra – As candidaturas que são colocadas como principais no estado pretendem reproduzir na Bahia uma espécie de eleição plebiscitária que já se configura no plano nacional. Como o PV se organiza para se apresentar como opção viável?
Bassuma – Não há mais risco nenhum (da eleição plebiscitária), graças a Deus. Se o partido não estivesse nacionalmente na disputa com Marina, o plebiscito certamente já se teria sido feito, pois Ciro (Gomes, deputado federal pelo PSB/CE) foi eliminado; não teria outra alternativa. Já na Bahia, não há risco nenhum de plebiscito, até porque nós temos quatro forças, em tese, disputando estas eleições. A primeira é a eleição do PT, com (o governador Jaques) Wagner; a segunda, o Democratas, com Paulo Souto a governador; e a terceira com Geddel (Vieira Lima) do PMDB e nós do Partido Verde, que não tem ligação com nenhuma das três e que temos outra candidatura presidencial. Portanto o plebiscito na Bahia está praticamente impossível, bem como é garantido na Bahia não há condições de as eleições serem vencidas no primeiro turno por nenhum dos concorrentes. Teremos ainda o segundo turno e isso é bom para a democracia. Costumo dizer que, no primeiro turno, seria ideal que os partidos organizados, que têm ideal, alguma formulação de poder para organizar a sociedade, fizerem o máximo de candidaturas. Escolhido os dois que vão para o segundo turno, aí sim, seria o momento de fazer as alianças. Aí a pessoa escolhe o menos pior, aquele que se aproxima mais daquele que votei no primeiro turno.