Os recifes de corais são importantes ecossistemas, altamente diversificados no nível local, regional e global. É considerado como um habitat marinho bastante diverso por abrigar uma enorme variedade de plantas e animais.
Os corais propriamente ditos são animais marinhos invertebrados, pertencentes ao grupo dos cnidários da classe Anthozoa, existem várias espécies destes seres vivos, sendo os mais conhecidos aqueles que se agregam formando os recifes. Eles têm capacidade de formar por baixo de seus tecidos um esqueleto calcário e é esse esqueleto que serve para que permaneçam fixos em um mesmo lugar e como forma de proteção. O coral se alia a algas adaptadas para viverem dentro de sua estrutura. Em troca de proteção, as algas realizam a fotossíntese com os nutrientes dos corais e assim produzem glicerol, um tipo de açúcar. É esse açúcar que é o principal alimento dos corais.
Essa relação harmônica entre os corais e as algas só funciona em condições específicas e quando prejudicada pode fazer a alga abandonar o coral, o deixando embranquecido e o fazendo perder a sua principal fonte de alimentação, o deixando mais suscetível a doenças.
Justamente por tudo o que eles representam para os oceanos é necessário preocupação com o branqueamento desses recifes de corais, especialmente o que afeta a Grande Barreira de Corais, na Austrália.
Cientistas anunciaram ano passado que a grande maioria dos corais na Grande Barreira sofreu algum nível de branqueamento por conta do aumento de temperatura nos oceanos provocado principalmente pelo aquecimento global, mas também por causas menores como a pesca predatória, o turismo insustentável, a poluição e o El Niño, um fenômeno de aquecimento anormal das águas superficiais no Oceano Pacífico Tropical.
Apesar de afetar principalmente a Grande Barreira de Corais, o branqueamento é um fenômeno global, que afeta desde regiões do Brasil até o Havaí, e o principal motivo continua sendo o aquecimento global e a intensa atividade humana predatória.
De acordo com a Rádio ONU, a Unesco lançou ano passado uma base de dados que mostra que 60% dos recifes de corais do mundo estão ameaçados por atividades locais, e o índice pode subir para 90% até 2030.
Os recifes fornecem proteção ao litoral, sem eles as cidades litorâneas desapareceriam, pois são eles que atenuam os efeitos das tempestades vindas do mar aberto e assim reduzem a força das ondas consequentemente impedindo a erosão da costa.
A morte dos corais também tem impacto sobre todo o ecossistema formado a sua volta. Os peixes e outros seres vivos que habitam os corais também são prejudicados. Além das algas se desprenderem dos corais, os peixes são prejudicados por usarem os corais como abrigo.
No Brasil, os recifes de corais se distribuem por cerca de três mil km de costa, do Maranhão ao sul da Bahia, o que representa as únicas formações recifais no Atlântico Sul. Apesar da existência de unidades de conservação federais, estaduais e municipais que protegem esses ambientes, esses recifes também têm sofrido com o aquecimento global e a atividade humana.
Portanto, é necessário reduzir as emissões de gases de efeito estufa, melhorar a qualidade da água que flui os recifes além de criar uma boa gestão de pesca, de desenvolvimento costeiro, da poluição e do transporte para poder preservar esses recifes de corais, de acordo com o DW.
Fontes: MMA, Nexo Jornal, Pensamento Verde, Só Biologia, Brasil Escola, DW, Nature, G1 Educação, Scientific American Brasil, Ecycle e Rádio ONU.
ASCOM PV