Sempre preocupado com o papel do PV nos rumos do Brasil, aproveito a quarentena para ler algumas obras para compreender o mundo que nos cerca e daí tirar as lições para influenciar e orientar os caminhos que nosso partido tem que seguir. Como o ex-presidente Obama, acredito que a ignorância não é virtude para um governante nem para dirigentes partidários.
Há algum tempo, publiquei alguns pequenos textos no grupo do PV Nacional frutos de leituras e observações. Fui beber em Eric Hobsbawm, “ERA DOS EXTREMOS” sobre o fascismo e tirei algumas conclusões: a principal tarefa do PV é favorecer a construção de uma ampla frente política para vencer o novo fascista que foi eleito no país. Fiquei feliz em saber que nossa sede em Brasília foi palco de uma reunião entre o PDT, a REDE, o PSB no rumo deste objetivo.
A frente ampla foi a ferramenta política em todas as nações que derrotaram o fascismo juntando cristãos, socialistas, comunistas, sociais-democratas contra o inimigo comum seguindo o exemplo clássico que os USA e a URSS se uniram para derrotar Adolfo Hitler.
Tenho refletido que o resultado das eleições foi a resposta e o protesto dos brasileiros contra a corrupção revelada pela lava jato.
Para a elite brasileira um aprendiz de Hitler não poderia vencer o poderoso governador de São Paulo com o maior tempo de TV, nem o maior partido de esquerda do país liderado pelo maior líder popular do Brasil Luís Inácio Lula da Silva.
Tampouco, Lula não acreditava que a direita, agora com militância nas ruas e com as armas das novas redes sociais, poderia derrota-lo, justamente ele, que já havia eleito um poste para o posto de presidente.
Para agravar o quadro, o ex-ministro de Dilma e Lula, o pedetista Ciro Gomes também não acreditava que o ódio da direita pudesse derruba-lo pois estava preparado para ser a opção à esquerda e que sua candidatura deveria suplantar o Lula e o Bolsonaro de uma vez só. Depois disso, no segundo turno, foi amargar sua derrota viajando para o exterior ajudando a derrotar o ex-prefeito de São Paulo Haddad que só teve trinta dias para ganhar as eleições.
Por fim, defendo que está na hora e insisto em defender o desarquivamento do projeto de Eduardo Jorge que propõe a implantação do parlamentarismo no Brasil. Hora de resgatar o esforço do presidente Penna que articulou em Brasília, a Frente Parlamentarista Franco Montoro.
Essa proposta é uma bandeira histórica dos verdes e contribui para que o Brasil encontre uma forma civilizada de enfrentar suas crises. E vejam que agora estamos na confluência da crise econômica, de uma crise na saúde pública e se abre outra de caráter político e institucional.
Fizeram a reforma trabalhista prometendo mais empregos, fizeram a reforma na previdência prometendo mais oportunidades de trabalhos mas continuamos com quase doze milhões de desempregados, desmonte dos direitos sociais, economia emperrada, e para agravar temos a chegada da corona vírus.
A conjuntura mudou.
As lições do passado e as leituras de quarenta dos livros clássicos podem ajudar nossos dirigentes a se capacitarem para intervir melhor na sua ação política.
Por: Rivaldo Fernandes, é mestre em geografia, professor de Língua Portuguesa, especialista em Tecnologia de Informação pela UFRN e Presidente Estadual do PV/RN