Mais de 400 famílias de comunidades tradicionais são beneficiadas pela atividade, realizada em sete unidades de conservação do estado
Em sete Reservas Extrativistas (Resex) administradas pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio) no Amazonas é realizado o manejo sustentável do pirarucu, peixe nativo da região que chega a pesar 200 quilos. A atividade beneficia cerca de 400 famílias nas unidades de conservação e movimentou mais de R$ 1 milhão em 2015.
De acordo com o coordenador de Produção e Uso Sustentável do ICMBio, João da Mata, para garantir o manejo sustentável da espécie, é necessário realizar o zoneamento dos lagos e monitorar o número de indivíduos em cada localidade.
A contagem é feita a partir do conhecimento tradicional dos pescadores, que utilizam visão e audição para identificar os pirarucus juvenis e adultos (acima de 1,5 m) e registrá-los em um formulário.
Esse processo é necessário para determinar as cotas de captura e avaliar anualmente o crescimento do estoque pesqueiro. “Está estabelecido um teto de pesca de até 30% da população dessa espécie”, explica o coordenador.
Como resposta à implantação do manejo, logo nos primeiros anos, a população de pirarucus mostrava sinais positivos de recuperação. “Antes, a pesca acontecia ao logo de todo o ano e a venda era realizada por cada família, em pequenas quantidades, para os intermediários (regatões). No sistema de manejo sustentável, essa pesca passou a ser em grupo e a venda realizada por meio de associações comunitárias ou colônias de pescadores”, compara João da Mata.
Além disso, a pesca passou a ser realizada apenas no período de seca (de setembro a novembro), respeitando o ciclo reprodutivo da espécie e facilitando a logística de captura e o controle dos órgãos de fiscalização. No restante do ano, os comunitários dedicam-se à agricultura familiar, à pecuária de pequeno porte e ao manejo florestal.
“A partir do momento em que os moradores se envolvem nos trabalhos de vigilância e monitoramento dos lagos, temos um resultado positivo nos estoques populacionais das espécies. Isso tem sido primordial dentro de uma estratégia de envolvimento comunitário voltado para o ordenamento e manejo dos recursos pesqueiros”, concluiu o coordenador.
Fonte: Portal Brasil