A ação realizada pela organização não-governamental ambientalista Greenpeace, de denunciar por meio de um estudo detalhado um relatório sobre “A farra do boi na Amazônia” foi defendida pelo líder do PV na Câmara dos Deputados, Sarney Filho (MA) nesta quarta-feira, 17, no Plenário da Casa.
A organização foi vítima de ataques principalmente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carne (Abiec). Sarney Filho manifestou solidariedade ao Greenpeace e disse esse ataques tiveram o intuito desviar a atenção sobre o problema de que parte da carne que estava sendo consumida do desmatamento ilegal.
“Os ataques, não atingem de maneira nenhuma o trabalho sério, honrado, em prol do futuro do Brasil. O que se desconhece muitas vezes é que a nova economia mundial marcha num rumo diferente do que pensam determinados segmentos do ruralismo brasileiro. A economia mundial aponta para uma economia de baixo consumo de gases do efeito estufa” ressaltou Sarney Filho.
“Fica aqui a nossa solidariedade ao Greenpeace que presta relevante serviço não só ao Brasil, mas ao mundo, o nosso repúdio a esses insultos baratos, injustos. Comprando essas carnes estávamos contribuindo para a destruição do nosso maior patrimônio, a Amazônia. Um patrimônio que não é só um bioma que presta serviços à humanidade, mas é também um estoque de gases do efeito estufa e de uma incomensurável possibilidade de vidas através da biogenética, da bioprospecção”.
Ele destacou que o Greenpeace é uma organização séria e respeitada, cujos membros e voluntários são pessoas que se dedicam à causa da vida e que o resultados obtidos pelo relatório comprovam a seriedade do trabalho. “A partir desse relatório, as grandes redes de supermercados brasileiras ou sediadas aqui tomaram voluntariamente uma decisão: a de pedir aos seus fornecedores que não comprassem mais carnes oriundas de pastos em terras desmatadas ilegalmente na Amazônia. No relatório do Greenpeace estão listadas as fazendas que ou estavam na ilegalidade ou tinham trabalho escravo ou tinham desmatado mais do que a lei determinava” explicou.
Sarney Filho criticou ainda a posição do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)) que até o momento não havia tomando uma decisão com relação a questão. O banco é sócio e financiador dos frigoríficos citados no estudo. O deputado lembrou também do retrocesso que essas ações provocam na politica ambiental brasileira.
“No momento em que os Estados Unidos atravessa a maior crise de sua história, o Presidente Barack Obama, ciente das suas obrigações, manda para o Congresso uma medida que serve como argumento às forças do retrocesso, que dizem que vai encarecer a produção. Mesmo assim, ele mandou essas medidas. Por quê? Porque o mundo está diferente. Ninguém pensa mais que a Agenda do Século XXI é a Agenda do Século XXIX”, disse.
Liderança do Partido Verde
– Assessoria de Imprensa