Por: Raphael Rolim de Moura – Biólogo e Secretário de Assuntos do Executivo do PV
Se procurarmos no dicionário o significado da palavra diversidade encontraremos ela como qualidade daquilo que é diverso, variado, variedade, conjunto variado, multiplicidade. Quando entramos em contato com o meio ambiente conseguimos ter a sensação da Biodiversidade traduzida na prática. A vida é de uma diversidade incrível. Muitas vezes nem sempre utilizamos para senti-la somente a visão e o tato, mas outros sentidos como paladar e olfato. Com o advento da Revolução Industrial a partir do século XVIII começamos a perceber que o impacto de nossas ações no planeta estava causando efeitos inesperados até aquele momento principalmente no meio ambiente. A política mundial começava a pautar o tema ambiental.
Após inúmeras discussões sobre o assunto a Organização das Nações Unidas (ONU) criou uma data especial para que celebrássemos a Biodiversidade do planeta. A data de 22 de maio de 1992 homenageia o documento elaborado na Convenção da Diversidade Biológica, chamado “Nairobi Final Act of the Conference for the Adoption of the Agreed Text of the Convention on Biological Diversity”. Embora a ciência tenha avançado consideravelmente no último século ainda não conseguimos ter o número exato de quantas espécies animais e vegetais estão presentes na Terra.
No Brasil, temos catalogadas 103.870 espécies animais e 43.020 espécies vegetais. Este número, representa aproximadamente 20% das espécies do planeta. Ainda que em 1981 tenha sido criada a Política Nacional do Meio Ambiente tendo como objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana ainda temos muito para avançar. Já em 2007, houve a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Este Instituto tem como objetivo executar as ações do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, podendo propor, implantar, gerir, proteger, fiscalizar e monitorar as Unidades de Conservação instituídas pela União. Enfim, precisamos fortalecer as políticas que garantam a nossa Biodiversidade.
Quando falamos em Controle Ambiental estamos nos referindo a licenciamento, fiscalização e monitoramento. Este tripé garante que tenhamos um processo de conciliação entre desenvolvimento e preservação/ conservação ambiental. O problema reside no fato de que raramente temos governantes preocupados em fortalecer as estruturas de gestão ambiental a fim de garantir a simbiose acima. Precisamos então aumentar a pressão popular para que o certo seja feito. Quando defendemos o meio ambiente não estamos sendo contrários a geração de empregos ou ao desenvolvimento. Estamos sendo favoráveis ao caminho da sustentabilidade. Qualquer ação contrária a lei irá de encontro com o nosso patrimônio de Biodiversidade brasileira.
Cerrado, Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa são nossos biomas e tem sofrido com constantes ataques haja vista o uso insustentável de seus recursos naturais, que embora possa parecer exagero, ainda são tratados por alguns como infinitos. Este tratamento provoca a redução da biodiversidade e a extinção de várias espécies importantes de seres vivos. Lembrando que a interligação das espécies garante o equilíbrio do planeta e nós, Homo sapiens sapiens estamos incluídos neste processo. Não há mais como dissociar a natureza da saúde e bem estar humano. Todo e qualquer impacto sobre a biodiversidade trará consequências gravíssimas para a nossa espécie. Talvez por este ponto de vista e sabendo de nosso antropocentrismo possamos agir de maneira a proteger a nossa Biodiversidade.