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O Ministério do Meio Ambiente e representantes de setores da sociedade civil anunciaram nesta quinta-feira (13) que o acumulado do plantio de soja em área desmatada na safra 2010/2011 praticamente dobrou em relação ao período anterior. Enquanto na produção do grão entre 2009/2010 houve a derrubada 6,2 mil hectares de floresta, na safra medida entre julho de 2010 e julho de 2011, houve perda de 11,7 mil hectares de vegetação nativa.
O objetivo do monitoramento, feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é verificar se produtores rurais cumprem a legislação denominada Moratória da Soja. O pacto, que vigora desde 24 de julho de 2006, impede que novas áreas de floresta sejam derrubadas para o plantio do grão e proíbe quaisquer negociações de grandes empresas brasileiras e estrangeiras com aqueles que descumprirem a norma.
De acordo com o MMA, a área onde com plantio de soja na nova safra corresponde a 0,4% do desmatamento ocorrido no bioma e está distribuída pelos estados de Mato Grosso, Pará e Rondônia, que engloba 52 municípios e 98% da produção do grão controlada por entidades como a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Até 2010, havia plantio de soja em 1,94 milhão de hectares da região denominada Amazônia Legal, segundo o Inpe.
Para Bernardo Rudorff, coordenador do projeto no Inpe, grande parte da soja plantada em áreas não autorizadas pelo ministério do Meio Ambiente tem como destino a China.
“Devido à grande demanda de grãos, o país tem outra cultura de comercialização e acaba procurando direto o proprietário da plantação, sem passar por entidades conveniadas. Mas mesmo olhando os dados, percebemos que a soja não é a grande vilã no desmatamento”, disse.
Segundo o monitoramento do Prodes, que informa a taxa de desmatamento na Amazônia, em 2010, último dado divulgado, 7.000 km² de floresta foram suprimidos.
Código Florestal
Durante o evento, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, renovou até 31 de janeiro de 2013 o pacto da Moratória da Soja na Amazônia, assinado pelos representantes do setor e organizações ambientais como Greenpeace, Conservação Internacional e WWF.
De acordo com Bernardo Pires, coordenador ambiental da Abiove, apesar da renovação, o pacto deverá sofrer alterações nos próximos períodos devido às modificações no Código Florestal. “A moratória não deverá ser extinta, mas modificada. A nova lei vai trazer mais segurança jurídica à cultura e por conta disto vamos ter que alterar o projeto”, afirmou.
A safra de soja no Brasil no período 2010/2011 foi de 74 milhões de toneladas, com grãos plantados em uma área de 24 milhões de hectares. A expectativa da Abiove é que a produção 2011/2012 alcance 75 milhões de toneladas.
*Com informações do Globo Natureza
Fonte: G1