Para comemorar o centenário de nascimento de Luiz Gonzaga, o deputado Penna (PV-SP) requereu à Comissão de Educação e Cultura a realização de audiência pública para discutir a importância “do Rei do Baião” para a arte e a cultura brasileira.
“Gonzagão, como também era conhecido, colocou o Nordeste na música brasileira. Sua obra fala das dores, amores, sortilégios, buscas, tristezas,
alegrias do povo nordestino. Ele foi o cronista de um tempo e de um lugar, o sertão, a caatinga; e de uma forma tão grande que transcende a tudo”, ressaltou Penna.
Luiz Gonzaga começou sua carreira profissional nos idos de 1930, no Rio de Janeiro, tocando a música da moda – polca, modinha, mazurca, valsa, tango – nos cabarés da cidade. Provocado por um grupo de estudantes cearenses, ele tocou na sanfona algo da “sua terrinha”, um baião, o “vira-mexe”. E não parou mais. Gonzaga inventou, ou “reinventou” o baião, mas também fez isso com outros gêneros do sertão, como a rancheira, o xaxado, arrasta-pé, aboio, xote, entre outros.
A riqueza da música de Gonzagão, homem do sertão, catingueiro, não incluiu os ritmos do litoral, como frevo, maracatu, ciranda, cabocolinho. O sertão nordestino sempre foi a sua grande fonte de inspiração até o final da vida. Foram centenas de músicas, centenas de sucessos em todo país.
“Este ano, quando se comemora os cem anos do seu nascimento, é importante avaliar qual a sua contribuição para a música brasileira e para nossa cultura. O que significa a música de Luiz Gonzaga para o brasileiro? O que significou sua música para construção de outros movimentos musicais? O que Luiz Gonzaga representa para a nossa identidade? O objetivo da audiência proposta é avaliar elementos como estes”, justificou o parlamentar.
Serão convidados para a audiência Breno Silveira, cineasta e diretor do filme “Gonzaga – de pai para filho”; Chambinho do Acordeon, músico que interpreta Luiz Gonzaga no filme; Sinval Sá, ex-procurador no DF e autor do primeiro livro sobre Luiz Gonzaga; Gildson Oliveira, jornalista pernambucano e autor de “Luiz Gonzaga o matuto que conquistou o mundo”; Zuza Homem de Mello, crítico, pesquisador e estudioso da música; e Raimundo Fágner, cantor e compositor nordestino.
Fonte : Bancada Verde