As mulheres do Partido Verde vêm a público repudiar toda e qualquer manifestação de assédio, importunação e manipulação por meio das relações de poder apresentadas em denúncia sobre as condutas do então presidente da Caixa Econômica Federal do governo Bolsonaro, Pedro Guimarães.
Dada as circunstâncias expostas pelas funcionárias, que passaram por violações de sua honra, chegando inclusive a importunações sexuais com toques e gestos não autorizados por parte do presidente da Caixa, é impossível nos calarmos. É importante destacar que, estas mulheres que ao sentir medo de realizar uma denúncia, sofreram ainda mais uma violência – além de todas as situações de constrangimento e assédio moral e sexual, a de deslegitimação de suas dores, dos episódios graves e do machismo institucionalizado.
Este caso mostra exatamente como os homens usam o poder como ferramenta de anulação e banalização de casos de violência vivenciados por nós, mulheres, diariamente no país que ocupa expressiva colocação no ranking de lugares mais inseguros para mulheres no mundo.
Pior, segundo informações da imprensa, o comportamento inadequado e criminoso de Pedro Guimarães era de conhecimento dos funcionários do banco e do governo Bolsonaro, no entanto, nada foi feito para freá-lo. O triste deste episódio é que, ao nos manifestarmos em defesa destas mulheres, constatamos que essas situações são comumente relativizadas, tratadas como chiste ou brincadeira. É inadmissível que tais práticas sejam toleradas ou reproduzidas no ambiente político e organizacional, devendo este tipo de conduta ser denunciado e devidamente apurado.
A violência silenciosa poda trajetórias que poderiam influenciar diretamente no aumento de casos de sucesso político ou de carreiras femininas. A agenda social do país, que pouco evoluiu nas questões de gênero nos últimos anos, inclusive, com tentativas abertas de retração de direitos individuais, em especial de mulheres, leva-nos a este cenário de retrocesso e agressão.
As Mulheres do Partido Verde compreendem a necessidade de promover uma reformulação em ações de prevenção ao assédio sexual, com campanhas educativas e de orientação quanto aos trâmites e canais oficiais para denúncias e que essas, como foi relatado pelas mulheres assediadas na Caixa, não sirvam de espaços para o silenciamento e a inação.
Acompanharemos a condução das investigações pelo Ministério Público e cobraremos que as denúncias confirmadas sejam punidas vigorosamente, ensinando por fim, as consequências que sofrerão aqueles que usam de seus espaços de poder para violentar mulheres. Também acompanharemos a conduta dos funcionários da Caixa para impedir que as mulheres que tiveram a coragem de fazer a denúncia não sofram retaliações.
Por fim, desejamos que este lamentável episódio leve mais pessoas à compreensão da necessidade de termos mulheres em espaços de poder, uma vez que a ocupação destes lugares leva a reflexão sobre novas formas de atuação e de implementação de ambientes de trabalho e políticos mais seguros e mais representativos.
Shirley Torres de Araújo
Secretária de Mulher – PV Nacional
Mariana Perin
Secretária de Comunicação – PV Nacional
Rayssa Tomaz
Dirigente Nacional e Secretária de juventude – PV DF