Sábado, 23 de novembro de 2019, final da Copa Libertadores da América, um clássico entre Brasil e Argentina, ou neste caso, Flamengo e River Plate.
” Talvez esteja passando da hora de também unirmos forças para debatermos e torcermos por outros temas de suma importância para o nosso crescimento enquanto nação “
Na semana que antecedeu o jogo, este foi o assunto mais comentado nas rodas de conversa, programas de rádio e TVs e é claro, nas redes sociais. Muita gente, embora torça para outros times, se engajou na torcida, afinal, o flamengo era o Brasil na final da Libertadores e pra piorar, o River Plate era a Argentina. Assim milhões de brasileiros se uniram em um só coro, cantaram o hino do flamengo e torceram pelo Brasil. Um jogo sofrido, com muitas emoções, uma vitória conquistada de virada, um título que uniu o país, brasileiros se esqueceram de suas diferenças e festejaram o título flamenguista, a vitória do Brasil.
Quando se trata de futebol o brasileiro é mesmo um apaixonado imbatível, talvez esteja passando da hora de também unirmos forças para debatermos e torcermos por outros temas de suma importância para o nosso crescimento enquanto nação, o que me leva a refletir, por que essa união, todo esse fervor, não acontece em prol de nossos mais básicos direitos.
O Brasil passa por um momento de muitas transformações, com uma das mais altas cargas tributárias do mundo e em contrapartida não tem, na mesma proporção, a prestação dos serviços essenciais. O que faz com que nesses casos o brasileiro se encolha e deixe de lutar por melhorias na sua rua, no seu bairro, cidade ou estado?
Uma questão que atinge todos os brasileiros, é o alto valor que se paga pela energia elétrica, setor que no Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo, ocupando o quarto lugar num ranking de 33 países. Por que, casos como esse, não movimentam o brasileiro como no futebol?
As mídias sociais em minutos podem alcançar o mundo todo e isso geralmente acontece quando um vídeo engraçado viraliza, mas o mesmo não acontece quando se trata de promover soluções de problemas para o cidadão. A pergunta é: por que nestes casos não existe o mesmo engajamento e envolvimento da sociedade? O que acontece com o cidadão da era atual que mesmo tendo mais ferramentas do que há algumas décadas, para lutar por seus direitos, opta por não utilizá-las.
Recentemente um jornalista comentou comigo que na década de 90, quando as mídias sociais não existiam, era fácil mobilizar um bairro inteiro para cobrar do poder público investimentos para a região, que iam desde a reivindicação para tampar um buraco, quanto a reforma ou construção de áreas de lazer. Hoje em dia, tudo mudou e mobilizar o mesmo bairro já é uma tarefa quase impossível. O mesmo problema, hoje, não mobiliza ninguém, às vezes nem mesmo aqueles que chamam a imprensa estão lá para receber a equipe de reportagem, contar com os vizinhos então, nem pensar!
A união, de fato, faz a força mas é preciso movimentar a nação não só para o futebol, mas para questões que estejam ligadas diretamente à nossa vida.
“Juntos somos e sempre seremos mais fortes”
Da mesma forma que aconteceu no jogo que sagrou o Flamengo campeão, devemos agir na conquista e manutenção de nossos direitos e não adianta reclamar e esperar pelo poder público, pois as grandes mudanças dependem de todos nós. Se queremos um país mais justo e próspero, precisamos lutar por isso, exercer o direito a cidadania, sem esperar que alguém faça pela gente, mas para isso precisamos mudar nosso comportamento.
Mahatma Ghandhi, que empregou a resistência não violenta, para a independência da Índia, disse: “Seja a mudança que você quer no mundo”. Então, eu pergunto: qual é a mudança que você quer? Qual é o legado que você quer deixar para os seus? Você representa a mudança que quer para o mundo? Se a resposta for sim, bemvindo (a) ao grupo, juntos somos e sempre seremos mais fortes.
Fonte: RD NEWS