Nas próximas eleições deveremos fazer escolhas. Proponho começar a pensar que cidade queremos para qual desenvolvimento?
Fernand Braudel, dizia que a cidade está na origem do desenvolvimento e que ela impulsiona a dinâmica civilizatória.
O padre Lebret, afirmava também que o desenvolvimento é a construção da civilização do ser na repartição do ter.
Essa é a ideia-força que estamos propondo para fazer de Natal uma cidade sustentável.
O PV está pronto, com seus erros e acertos, para implantar uma proposta de eco desenvolvimento para a cidade do Natal.
Reconhecendo que a cidade é um ecossistema.
Primeiramente, queremos convocar três protagonistas para essa tarefa: o Estado, a sociedade civil e as empresas para juntos coabitarem os cinco Ps do eco desenvolvimento de Natal: praia, porto, pesca, piscicultura e petróleo além de é claro do turismo não predatório como mola propulsora de uma indústria limpa do eco desenvolvimento.
Quanto ao sistema de transporte público propus na última audiência pública realizada na câmara municipal convocada pelo vereador Maurício Gurgel do Partido Verde que o prefeito Álvaro Dias iniciasse a transição do transporte público de Natal rumo a tarifa zero.
Cidades como Talli na Estônia, Cidade de Vargem na Região Metropolitana de Natal, Niort na França e Cascais em Portugal já implantaram o sistema e suas populações colhem os frutos do direito de ir vir.
Solicitei ao representante da SETURN presente na audiência que o tema começasse a ser estudado e que o prefeito de Natal Álvaro Dias pudesse imitar o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Filho, que já enviou para a Câmara Municipal, um pacote de projetos para que Porto Alegre, seja a primeira capital a implantar a tarifa zero.
Em todo o mundo, são 86 cidades, em 24 países, que não cobram tarifa para que a população acesse o transporte público. No Brasil, 12 cidades também já adotam o modelo. Maricá, no litoral do Rio é uma delas. Desde dezembro de 2013 os habitantes podem andar de ônibus gratuitamente na rede municipal.
Nós do PV, afirmamos que os primeiros passos a serem dados é tratar o tema com transparência e discutir alternativas com a sociedade. “O que pode se fazer, de imediato, é abrir a discussão e isso já começamos” (Rivaldo Fernandes*).
Abrir as contas para a população, olhar todos os números, o quanto que a prefeitura gasta em cada coisa, quanto é o lucro das empresas, os impostos que são cobrados, e envolver a sociedade na discussão.
De onde vai sair o dinheiro para custear a tarifa-zero?
Cada cidade é um caso, pode-se recorrer ao pagamento de uma taxa de estacionamento, implantar o IPTU progressivo para que os grandes proprietários de imóveis paguem um imposto justo, taxa de mobilidade urbana para transportes individuais que congestionam o trânsito da cidade etc. O debate está aberto. É tempo de fazer escolhas.
*Rivaldo Fernandes, mestre em geografia, graduado em Letras e especialista em gestão de projetos de TI e em análise de dados pelo Instituto Petrópolis Digital da UFRN e Presidente Estadual do PV/RN