Há cerca de 17 anos atrás fazia o meu primeiro peticionamento no Fórum João Mendes e Juizados Especiais, ligou-me um anônimo, provavelmente cartorário e disse “_Parabéns”, evidente que eu estava sob cerceamento e sem advogados genuínos, mas este não é o cerne da questão.
Eu tenho muito orgulho de ter adquirido o conhecimento na forma de autodidata e contato prático com a profissão nos lugares físicos que sei que também por esta razão metafísica jamais deixarão de existir.
Nas visitas aos antigos ofícios e processos de papéis dava vistas, acompanhava publicações e ainda pelo recente lançamento do site do TJSP na internet, lia livros e sites especializados, estudava modelos e modelos de casos e petições, e preparava-me para o pedido pessoal de socorro, porque o tempo assim o exigiu, e ainda estava muito longe de pensar nas leis e em seus projetos, na justiça e nos seus erros e possíveis concertos.
O tempo era de mudança do Código Civil de 1917 para o Código Civil de 2002, e eu já sabia que o Professor Miguel Reale do qual era discípulo, tinha se enfraquecido com as questões da posse, quando se clamou pelo direito de grupos coletivos na busca de alimentos; Aquele que antes tinha um pensamento neopositivista amoleceu para um subjetivismo de uma justiça abstrata e jurisprudencial acima da lei e com várias modalidades e instâncias de manifestação, agora é momento de equilíbrio, e o povo parece ser fundamental neste processo cognitivo e cognoscente já manifestado nos pleitos de 2018 , e é ao povo que dedico meu trabalho.
O povo precisa conhecer suas leis, seus conflitos, suas graduações, princípios e regramentos, colaborando conjuntamente com o seu legislador, este que esta no cargo estatal incorporado na mens legis, que pode se manifestar em qualquer um, já que não nascemos nomeados nem vitalícios, mas vamos nos transformando e junto nossa sociedade que caminha de maneira mais lenta.
A justiça vem se abrindo, tornou-se amplamente divulgada pela internet, pela televisão e imprensa especializada, e devido aos vastos mecanismos de interação, só não se sabe o que não quer, apesar da oposição de reacionários avessos a modernização e ao fluxo natural do conhecimento, estes limitaram imprudentemente a própria publicidade dos processos, fundamental aos rábulas, estudantes, autoridades e qualquer um do povo, que antes tinham acesso através dos cartórios aos processos físicos, por força Constitucional, e o que temos agora ?
Um bloqueio da internet, que não mais permite vistas ao que antes era público, tratando todos os processamentos como se fossem sigilosos ou parcialmente sigilosos, e a nobreza faz de tudo para escravizar ações naturais, atrapalhando o contato autêntico com que lhe pertence, e até criando novos dialetos não compreendidos, nem por juízes aposentados;
Mas creio que a justiça econômica individual prevalecerá e se aperfeiçoará, trabalhada caso a caso, do que uma justiça estatizante e intervencionista de que tudo seria público, quando o erro parece ser sempre o mesmo: A massificação de injustiças e desigualdades com o rigor monopolista de sempre.