Como seres humanos inteligentes vivemos o dia-a-dia perfazendo atos automáticos: O filho que vai a escola, nossa alimentação, higiene descanso e oração diária, dentre outros afazeres realizando atos vinculados na maior parte do tempo ao revés dos discricionários.
Entretanto quando somos tomados por uma surpresa, algo que nos desafia a mentalidade do certo ou errado, vemos que nós temos a capacidade de autodeterminação sobre critérios valorativos prévios no plano dos fatos, nossa moral pura ou já expressa em leis, com o fluxo ao elemento que discerne definitivamente o homem de qualquer outro animal: A capacidade de autocrítica e julgamento.
Entretanto nem sempre esta capacidade é desenvolvida com a melhor técnica, esta que é utilizada pelo Estado-Juiz, com um cérebro pensante e julgador hiper dimensionado, especialista e apto a substituir julgamentos comuns no balanço e hierarquização das leis que preponderam caso a caso, embora exercemos esta capacidade diariamente em escolhas, e principalmente nos momentos de sufrágio.
Nós sabemos, e todo julgador o sabe, como ser injusto torna-se dolorido e aflitivo as nossas vidas, perturba-nos o pensamento e buscamos soluções para compensar nosso fracasso, mas este é de suma importância a uma sociedade livre e moderna avançada caso nos tornássemos por vezes a mesma feição de um julgador estatal, para assim decidirmos o futuro com sabedoria, nossa lei e justiça.
É por esta razão que, apesar do discurso do Deputado Eduardo Bolsonaro ser considerado ofensivo a nossa Constituição, não posso concordar ao mesmo tempo com sua cassação, sem antes outras reprimendas e ajustes de conduta como a advertência, no entanto este mostrou-se arrependido.
A injustiça poderia ser tão dolorido para um povo, que agiu num momento comum da livre expressão e democracia, praticar um ato tão arbitrário quanto os demais, equivalente na pratica a calar um Deputado porque expos sua opinião pessoal, parecendo-me sim uma grave injustiça.
Devo lembrar que o AI-5 nasceu como um ato imediato de repúdio a livre expressão parlamentar praticada pelo Deputado Moreira Alves, que incentivava as mulheres a não se relacionar mais com os militares e o boicote a festa de independência, fazendo-se que o Poder Executivo discernisse tornando-se ao mesmo tempo um julgador e executor tornando-se tão radical por fazer e não só falar, tal como uma pessoa que existe dentro de todos nós aptos a fazer julgamentos e injustiças.
E me parece neste ponto, que é tão injusto e radical quanto os demais, para que se peça que o legislativo seja calado, sendo cassado de sua liberdade maior de falar o que pensa sem qualquer censura prévia, estando sujeitos apenas aos regulamentos da casa legislativa e exatamente por sua independência, sendo também por isto minha posição contrária a cassação do Deputado, com as ressalvas éticas do regimento da casa apenas.