Em entrevista ao jornal O Globo membros de nossa nominata apresentaram perfil e defenderam suas principais propostas.
O PV trabalhou na eleição ao legislativo carioca com a estratégia de renovação da liderança verde no Rio. Por isso, o partido compôs sua chapa priorizando as candidaturas que se enquadraram nessa linha, as escolha dos nomes se baseou tanto na performance eleitoral como também pelo potencial de mobilização política na cidade.
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Rogério Rocco
43333 (PV)
O advogado é professor de Direito Ambiental, já foi superintendente do Ibama no Rio, onde chefiou operações de grande porte, como Ceriá, de combate à ocupação irregular em Angra dos Reis e Paraty; e Gado Zero, para remoção de criações ilegais nas unidades de conservação federais.
Por que o senhor decidiu se candidatar?
Fico incomodado com a ausência de critérios ambientais, hoje em dia, nas políticas públicas do Rio de Janeiro, em geral. A Câmara teve vereadores históricos com esse perfil, e ainda existem alguns sensibilizados para essas questões, mas acredito que é necessário alguém que possa representar esse pensamento ambiental no Legislativo municipal.
Como pretende encaminhar este tema?
Precisamos transformar o Estudo de Impacto de Vizinhança numa ferramenta efetiva. Da forma como foi concebido na Lei Orgânica do Município, estabelecendo que o contrato para a realização do estudo deve ser celebrado pelo município e pago pelo empreendedor, nunca chegou a ser aplicado de verdade. É preciso alterar a lei para permitir a contratação direta pelo empreendedor, com a fiscalização do poder público. Também vamos lutar pelo IPTU ecológico, que prevê incentivos, como descontos no imposto, para moradores que adotarem medidas sustentáveis como reúso de água e painéis solares, que, de fato, preocupem-se com o meio ambiente.
Fora da área ambiental, qual seria seu principal eixo de atuação?
A mobilidade urbana é um tema central da minha campanha. Infelizmente, o que estamos vendo no momento é o estímulo ao transporte rodoviário, que já está esgotado. Os BRTs vão nascer com a capacidade já esgotada. Precisamos investir no transporte ferroviário, com a municipalização dos bondes de Santa Teresa e rediscutir com o governo do estado o traçado do metrô. O transporte por esse meio é de responsabilidade do estado, mas a definição do uso do solo é do município.
Sônia Rabello
43007 (PV)
Suplente do vereador Alfredo Sirkis (PV), que deixou a Câmara Municipal para concorrer a deputado federal em 2011, a advogada Sônia Rabello, de 58 anos, tenta a reeleição. Ela é ex-diretora do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e ex-procuradora-geral do município, na gestão Cesar Maia.
Por que a senhora decidiu disputar novamente uma vaga na Câmara?
Tenho apenas um ano e meio de mandato, desde que entrei no lugar do Sirkis. Quero dar continuidade ao trabalho que comecei, que se destaca pela efetiva discussão de todas as propostas em plenário.
Qual será o foco da sua atuação, se for eleita?
O Plano Diretor já foi aprovado, mas os planos urbanísticos regionais, que envolvem 15 bairros da cidade, ainda serão enviados à Câmara. Esses projetos vão compor o arcabouço legislativo da ocupação do solo para os próximos 20 anos. As pessoas que participarem desse processo serão responsáveis pelo que vai acontecer na cidade, em termos da qualidade de vida, neste período.
A senhora é bastante ligada a questões do patrimônio histórico. Tem propostas para esse setor?
É preciso uma reestruturação da legislação de patrimônio cultura, que está defasada. O próprio Conselho Municipal de Patrimônio não é transparente, não tem reuniões abertas.
E em outras esferas?
Outro ponto que entendo ser essencial é que a legislação consolide a profissionalização dos serviços públicos e que os proteja da intervenção política. Tenho uma posição firme de que a cidade precisa ser administrada por agentes permanentes. O ideal é diminuir as indicações políticas, em favor do provisionamento de servidores de carreiras nos cargos de chefia. A atribuição de criar esses cargos comissionados é da prefeitura, mas o vereador pode propor emendas a projetos sobre o tema ou simplesmente votar “não”.
Hylton Luz da Homeopatia
43456 (PV)
O homeopata Hylton Sarcinelli Luz é fundador da ONG Ação Pelo Semelhante e participou da formulação da política nacional de práticas integrativas (homeopatia, acupuntura, fitoterapia) na saúde pública, adotada em 2006 pelo Ministério da Saúde. É candidato a vereador pela primeira vez
Por que decidiu se candidatar a vereador?
Em 2006, participei da construção da política nacional de práticas integrativas, como homeopatia, acupuntura e fitoterapia, nos atendimentos do SUS. Trabalho há 32 anos com homeopatia. Ocorre que essa política foi adotada sem previsão de recursos nem critérios de monitoramento. Então, a implementação ainda é precária. Como vereador, pretendo trabalhar para que, no Rio, esse programa seja posto em prática, principalmente nas Clínicas da Família.
Qual a vantagem dessas práticas integrativas?
O maior problema de saúde do mundo não é doença alguma; é o alto custo. Isso faz com que grande parte da população não tenha acesso à saúde de qualidade. Práticas como a homeopatia e a acupuntura são promoção de saúde. Isso reduz a ida de pacientes às emergências de hospitais e às UPAs, então reduz filas, tempo de espera… Essas práticas foram reconhecidas pelos órgãos internacionais de saúde em 1982, há 30 anos. Sabe quantos homeopatas há hoje, atuando na rede pública do Rio? Apenas 50. É muito pouco.
O senhor tem propostas em outras áreas?
Defendo maior participação do cidadão nas decisões públicas. Quero ampliar os mecanismos dessa interação da população com questões relativas à administração dos bairros, à criação de impostos. A possibilidade de recursos e comunicação é grande, pode-se fazer consulta imediata ao povo. Muitas vezes, um administrador regional não tem ligação com o bairro. Por que não pode haver eleição para esse cargo ou a população indicar uma lista tríplice?
Paulo Messina
43123 (PV)
O empresário do setor de telecomunicações Paulo Messina, de 36 anos, elegeu-se vereador pelo PV em 2008, com 5.201 votos. Agora, ele tenta o segundo mandato. Messina é membro titular do Conselho de Ética da Câmara Municipal e presidente da Comissão de Educação e Cultura
Por que o senhor está tentando um novo mandato?
A administração pública, fazendo uma comparação um pouco esdrúxula, é como aquelas bonecas russas, que você abre uma e tem outra menor dentro. Só que ao contrário. A cada problema que se resolve, aparece um maior.
Por exemplo?
Conseguimos manter nas escolas as salas especiais para crianças com deficiências, mas é preciso que elas tenham mediadores educacionais específicos para lidar com cada deficiência. Conseguimos aumentar o número de inspetores de alunos, mas ainda existe defasagem grande. Há escolas em que, no recreio, são 400 alunos para um inspetor.
Continuará tendo foco na educação se for reeleito?
Sim, por meio de duas vertentes: a valorização do servidor e políticas para envolver as famílias no ensino. Através de projetos como o Proinape (Programa Interdisciplinar de Apoio à Escola), é possível integrá-las, mas são apenas 80 equipes para mil escolas. Já propus aumento para 200 equipes, mas falta aprovar. A luta seguinte será para colocar uma equipe em cada escola.
Além da educação, o que pretende propor?
No Conselho Municipal de Cultura, em que represento a Câmara, estamos discutindo a criação do Fundo Municipal e o Plano Municipal de Cultura. Como não temos essas estruturas, não recebemos verbas do ministério. Já existe projeto de lei para o fundo, que está na Comissão de Constituição e Justiça. A iniciativa do plano é do Executivo, mas quero apresentar uma proposta, após discutir com os setores.
Dr. Edison da Creatinina
43000 (PV)
Qual é a sua principal proposta caso o senhor seja reeleito para um novo mandato?
Como médico com dedicação exclusiva ao serviço público, eu testemunho diariamente as péssimas condições de atendimento aos pacientes. A falta de infraestrutura e os baixos salários dos profissionais da área também contribuem para esse quadro. Se eu for eleito, vou lutar por um sistema público de saúde que valorize a prevenção e leve em conta as condições ambientais em que vive a população. Sem esses dois pilares, a saúde e o meio ambiente, todo o investimento terá sido em vão.
A maioria dos vereadores pertence à base aliada do atual governo. Como o senhor enfrentará esse desafio caso seja reeleito?
Quando o objetivo é trazer o bem-estar a toda sociedade, até mesmo o parlamentar da situação vota a favor.
O senhor apresentou 41 projetos de lei no último mandato. Foram aprovados apenas quatro. Não é pouco?
Na verdade, já são cinco leis. A última aprovada foi a de transparência nas informações ambientais. Não é pouco se considerarmos que sou da oposição e tenho apenas um ano e sete meses de mandato.
Entre as suas leis aprovadas, uma delas estabelece o Dia da Segunda sem Carne. Essa lei tem relevância para a população do Rio?
Essa lei tem base na campanha educativa liderada por Paul McCartney, com a finalidade de propor a substituição, uma vez por semana, da proteína animal por outras fontes de proteína. É um movimento adotado em várias cidades do mundo e seria a contribuição do carioca para a sustentabilidade.
Fonte : PV.RJ via jornal O Globo