A necessidade de levar ao conhecimento da população informações referentes à Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, a RIO+20, e de promover a participação popular, foi destacada pelo coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista e presidente da Subcomissão da Rio+20 da Comissão do Meio Ambiente da Câmara, deputado Sarney Filho (PV-MA), na abertura do debate “Meio Ambiente Urbano” na Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo, nesta segunda-feira, 21.
O evento foi o terceiro de uma série que a Frente Ambientalista está promovendo pelo país no sentido de sistematizar e propor alternativas para solucionar os principais problemas relacionados ao meio ambiente. Além de parlamentares,governantes e entidades de defesa do meio ambiente, a sociedade civil também participou do seminário na capital paulista.
“Foi a partir da necessidade de interação maior entre a sociedade brasileira e governo – encarregado de levar as discussões da RIO+20 –, que surgiu a necessidade desses debates pelo país”, assinalou o deputado. Além de parlamentares, governantes e entidades de defesa do meio ambiente, a sociedade civil também participou do seminário na capital paulista.
Sarney Filho também disse que a Frente Ambientalista, sempre atenta às questões ambientais, tem exigido do governo uma postura firme que evite retrocessos e tragédias. “Estivemos recentemente com a ministra do Meio Ambiente cobrando atitudes mais firmes do governo sobre a votação do Código Florestal e com o presidente da ANP para saber sobre o vazamento de petróleo na Bacia de Campos (RJ). A imprensa acordou para o fato e a sociedade brasileira está podendo ver que o vazamento de petróleo foi mais grave que o anunciado. Que este fato sirva de exemplo para os riscos na exploração do pré-sal”, alertou o líder verde.
A preocupação do impacto das mudanças climáticas e o adensamento populacional
marcaram os debates do evento em São Paulo.
O Secretário de Meio Ambiente da capital paulista, Eduardo Jorge (PV), afirmou que a crise climática no mundo fez a sociedade despertar para a grande crise ambiental existente. “É o momento para mudar o modelo de desenvolvimento” asseverou. Ele ainda chamou atenção para a flexibilização das APPs (Áreas de Preservação Permanente) propostas na reforma do Código Florestal. “Estão discutindo muito a flexibilização das APPs no meio rural, mas o projeto também ameaça as APPs urbanas, onde reside boa parte da população brasileira, principalmente as populações mais pobres”, alertou.
O urbanista Cândido Malta, defendeu a adoção de políticas públicas ambientais sustentáveis como forma de permitir um modelo de vida sustentável. “A cidade de São Paulo é um exemplo disso, se continuar como está se tornará uma cidade insustentável. A questão climática é tão grave que exige ser pensada para os próximos 30, 50 anos”, previu Malta.
O ex-deputado federal Fábio Feldmann ressaltou a importância do protagonismo brasileiro na RIO+20, que para ele deve ser tratada de forma suprapartidária.
“Um dos desafios internos da Dilma é não impedir os retrocessos ambientais. Temos que convencê-la a apoiar a mobilização e liderar o processo na Rio+20”,afirmou.
O deputado Márcio Macêdo (PT-SE) disse que a RIO+20 é também o momento de promover a inclusão das populações. “Nosso país tem dado passos largos e crescido em um bom ritmo, mas a defesa da vida e da sustentabilidade não está crescendo na velocidade que gostaríamos. É o desafio que temos pela frente”, analisou.
Os próximos temas serão: Energia – dia 16 de dezembro, em Recife (Nordeste); e segurança Alimentar – dia 26 de janeiro, em Porto Alegre (Sul). Também está na pauta os encontros Em Busca de uma Economia Sustentável em março de 2012, em Brasília; e o Encontro do Segmento Parlamentar da RIO + 20, com a presença de parlamentares de todo o mundo, no Rio de Janeiro (RJ). Os temas já debatidos foram Biomas, dia 23 de setembro em
Manaus (Norte) e Recursos Hídricos em Cuiabá (Centro Oeste).
A agenda Frente Parlamentar Ambientalista para a RIO + 20: Em busca de uma Economia Sustentável, é organizada pela Frente Parlamentar Ambientalista, em conjunto com a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a Subcomissão Especial RIO+20, da Câmara dos Deputados, a Fundação SOS Mata Atlântica e a Fundação Verde Herbert Daniel.
Fonte : Observatório Parlamentar Socioambiental