Por: Mariana Perin – Secretária Nacional de Comunicação do Partido Verde
Mãe nossa de cada dia
Que tal viver em um mundo onde as mulheres não precisem fazer jornada dupla para cuidar e sustentar seus filhos? Ou não fossem questionadas em uma entrevista de trabalho se são mães. Imagine um mundo onde os espaços de exercício democrático, como Câmaras Legislativas tivessem em números iguais, homens e mulheres, sendo eles brancos, pretos, orientais ou indígenas?
As mulheres no Brasil, hoje, possuem maior nível de escolaridade. Continuam chefiando atividades domésticas no contra-turno. Mesmo assim, ser mulher ainda é uma posição desigual. Precisamos estudar mais e nos preparar mais para ocupar posições onde homens mais despreparados ocupam. É justo com as mulheres? Será que podemos dizer que somos todos iguais perante a lei?
As mulheres brasileiras estão vinculadas à uma série de leis, criadas por homens. A licença maternidade, hoje, faz com que as mulheres voltem às suas posições de trabalho sem ao menos desmamar seus bebês de forma correta, o que a longo prazo, faz com que a nossa sociedade caminhe numa velocidade que não é natural, sendo ela a velocidade das atrocidades dos produtos artificiais. É uma roleta russa: Mães ausentes para trabalhar, má alimentação, crianças que precisam de saúde pública na fase adulta.
O problema é que as sociedades pós-modernas não são matriarcais. A meritocracia não é questionada, enquanto mulheres têm menos tempo para estudar que homens. O voto feminino no Brasil não têm 100 anos.
Permeando a sexualidade, a cada dia mulheres lésbicas têm seu direito à maternidade arrancado, têm suas relações sexualizadas, sofrem abusos físicos e psicológicos, além de não terem acesso à saúde de forma digna, num sistema onde até a ginecologia é focada ao público heterossexual. Tornar-se mulher também tem sido complicado nos dias de hoje, em uma sociedade onde mulheres trans lutam diariamente pelo direito à moradia e emprego dignos.
A palavra feminismo não é palavrão e significa “igualdade entre os gêneros”. Por isso, comemorar o Dia Internacional da Luta Feminina, é necessário. É no País onde 71% das vítimas de homicídio são negras, que uma criança de 10 anos estuprada pelo tio tem deslegitimado seu direito de interromper uma gestação, em um caso que é estatística. Esse mesmo País, onde somente 15% do Congresso Nacional é formado por deputadas. Amazônia, Floresta, Natureza, Mudanças Climáticas, Reciclagem, Política. Nomes femininos. Talvez isso explique a violência sofrida.