SÃO PAULO – A cirurgia para retirada da bolsa de colostomiado presidente eleito Jair Bolsonaro foi adiada para o ano que vem. Exames pré-operatórios realizados no Hospital Israelita Albert Einstein , em São Paulo, mostraram inflamação do peritônio (membrana da parede do abdôme) e aderência entre as alças intestinais. Inicialmente, a cirurgia estava prevista para 12 de dezembro, data considerada ideal porque haveria tempo para recuperação antes da posse.
Agora, segundo o hospital, Bolsonaro deve passar por uma nova avaliação em janeiro, quando será marcada a operação. “O paciente será reavaliado em janeiro para definição do momento ideal da cirurgia”, informou o boletim médico do hospital. Apesar da inflamação, segundo os médicos, o paciente está “bem clinicamente” e mantém “ótima evolução” do seu quadro clínico.
Após quase quatro horas de avaliação médica, Bolsonaro deixou o hospital por volta das 14h30 e, sem dar entrevistas, seguiu para o Aeroporto de Congonhas, de onde voará em direção ao Rio para passar o fim de semana.
Ele decolou de Brasília pela manhã, acompanhado da mulher Michelle, e pousou no Aeroporto de Congonhas às 10h05. De lá, seguiu para o hospital em um comboio da Polícia Federal. O presidente entrou por uma entrada pela qual os jornalistas não tinham acesso e, portanto, chegou sem dar entrevistas.
A avaliação clínica foi feita pelos médicos que já acompanham Bolsonaro: o cirurgião Antonio Luiz Macedo e o cardiologista Leandro Echenique. Foram realizados exames de sangue e de imagem para avaliar o estado de saúde dele antes da nova cirurgia.
Devido ao procedimento, a diplomação do presidente eleito e seu vice, o general Hamilton Mourão, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi antecipada para o dia 10 de dezembro, às 11h, em Brasília. A solenidade estava prevista para o dia 19.
Bolsonaro será operado por Macedo e sua equipe. Esta será a terceira intervenção cirúrgica a que ele será submetido após ter sofrido um ataque a faca no início de setembro, durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG) . O novo procedimento é considerado mais simples que os anteriores.
Após o ataque, o então candidato foi operado às pressas na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, o que teria evitado a morte do político após a perda de 40% do sangue do corpo. No dia seguinte, Bolsonaro foi transferido para o Hospital Albert Einstein, onde passou por uma nova cirurgia para a desobstrução do intestino.
Desde que teve alta no dia 29 de setembro, o presidente eleito tem o acompanhamento de um enfermeiro em tempo integral. Por três vezes, recebeu em sua casa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, a visita dos médicos.