Em estudo apresentado na 9ª edição do Fórum Urbano Mundial, realizada no início deste ano, foi mostrado que 422 cidades grandes (com mais de 300 mil habitantes) localizadas em pontos-chave de biodiversidade no mundo podem destruir o habitat de espécies ameaçadas de extinção em 90% dos casos, em menos de duas décadas, de acordo com o Nexo.
A expansão urbana veio por meio do processo de urbanização, ou seja, o crescimento das cidades, tanto em população quanto em extensão territorial. É o processo em que o espaço rural transforma-se em espaço urbano. Foi integrado a esse estudo um projeto intitulado ‘’Atlas do Fim do Mundo’’, realizado por pesquisadores do departamento de paisagismo da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, que mapeia a interferência da urbanização na biodiversidade do planeta.
No total foram estudadas 36 áreas ‘’ricas em biodiversidade’’ que abrigam 422 metrópoles, destas 393 devem entrar em conflito com o bioma local caso continuem crescendo como crescem hoje e 33 foram consideradas localidades críticas, entre elas duas cidades brasileiras, Brasília e São Paulo, que comprometem, respectivamente, a conservação do Cerrado e da Mata Atlântica.
Esse processo de expansão urbana acaba trazendo consequências para o meio ambiente como:
- Destruição de rios e afluentes;
- Aumento das inundações;
- Desmatamento e redução da fauna e da flora local;
- Maior ocorrência de desabamentos;
- Poluição atmosférica.
Assim sendo, com o surgimento das metrópoles, a expansão urbana está crescendo e, consequentemente, é preciso olhar com maior atenção para a manutenção do meio ambiente e da biodiversidade. Iniciativas como projetos verdes podem ser vistas em diversas cidades pelo mundo, por exemplo:
- Rio de Janeiro, Brasil, se destaca pelo projeto Morar Carioca, vencedor da categoria Comunidades Sustentáveis. O projeto investe na urbanização de favelas da cidade até 2020. Segundo Censo do Brasil 2010 estima-se que 22% da população do Rio de Janeiro vive em assentamentos informais. O objetivo é manter as pessoas dentro de suas comunidades, somente mudando as áreas de alto risco de deslizamentos de terra.
- Tóquio, Japão, com o sistema cap-and-trade, exigindo reduções de CO2 de grandes edifícios comerciais, públicos e industriais, através de medidas de eficiência energética ou participação no esquema de comércio de emissões.
- Copenhague, Dinamarca, que em 2025 pretende tornar-se a primeira capital neutra em carbono do mundo e para isso a Câmara Municipal da cidade aprovou um vasto conjunto de iniciativas que devem levar à redução do nível atual de emissões, de cerca de 2,5 milhões de toneladas, para menos de 1,2 milhões de toneladas em menos de duas décadas.
- Cidade do México, México, com um programa de qualidade do ar é uma cidade que tem enfrentado este desafio por décadas. Em 1992, a ONU considerou a Cidade do México a mais poluída do planeta, mas graças a uma série de planos abrangentes ao longo das duas últimas décadas, a cidade tem registrado reduções no nível de poluição e fumaça. Como parte do programa, a cidade investe no sistema BRT, metrô e no programa de compartilhamento de bicicletas Ecobici.
Fontes: Nexo, Brasil Escola, Casa Vogue, Pensamento Verde e Exame.
ASCOM PV